Monday, April 30, 2007

Cientistas fazem a primeira descoberta de um planeta habitável fora do sistema

24/04/2007 - 13h22

Cientistas fazem a primeira descoberta de um planeta habitável fora do sistema

PARIS, 24 abr (AFP) - Um planeta "do tipo terrestre habitável", capaz de abrigar vida extraterrestre, foi detectado pela primeira vez por uma equipe de astrônomos em um sistema planetário extra-solar, segundo um estudo que será divulgado na quinta-feira na revista Astronomy and Astrophysics.

Segundo os cientistas, este exoplaneta, que gira em torno da estrela Gliese 581 (Gl 581) a 20,5 anos-luz de nosso planeta, é o primeiro dos cerca de 200 conhecidos até hoje a "possuir ao mesmo tempo uma superfície sólida e líquida e uma temperatura próxima da encontrada na Terra".

Ele reúne as características "que permitem imaginar a existência de uma eventual vida extraterrestre", ressaltou em um comunicado o Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França (CNRS), cujos três laboratórios associados participaram da descoberta, com pesquisadores do Observatório de Genebra e do Centro de Astronomia de Lisboa.

A temperatura média desta "super Terra, se situa entre 0 e 40 graus Celsius, o que permite que haja a presença de água líquida em sua superfície", segundo o principal autor do estudo, Stéphane Udry (Genebra).

Além disso, acrescentou, "seu raio seria 1,5 vez o da Terra", o que indicaria "ou uma constituição rochosa (como na Terra), ou uma superfície coberta de oceanos". A gravidade em sua superfície é 2,2 vezes a da superfície da Terra, e sua massa muito fraca (5 vezes a da Terra).

Descoberto com o telescópio "Harps" de 3,6 m do Observatório Espacial Europeu (Eso) da Silla, no Chile, este planeta orbita em 13 dias em torno da estrela Gliese 581 (Gl 581), da qual está 14 vezes mais próximo do que a distância da Terra para o Sol.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/04/24/ult1806u5921.jhtm

COMENTÁRIOS:

Todas as discussões sobre a possibilidade de vida extraterrestre envolvem o debate sobre a validade da equação Drake, equação criada por Carl Sagan e Frank Drake, para demostrar que é plausível até encontrar vida inteligente em buscas científicas por ela:

N=R* x fp x ne x fl x fi x fc x L

N= número de civilizações em nossa galáxia capazes de se comunicar

R*= velocidade de formação de uma estrela durante a existência de uma galáxia

fp= fração de estrelas que possuem planetas em sua órbita

ne= média dos planetas, por estrela, com as condições para garantir o surgimento e a evolução da vida.

fl= fração de planetas em que a vida de fato vai surgir

fi= fração de planetas em que a vida inteligente se desenvolverá

fc= fração desses planetas que desenvolverão civilizações técnicas, com potencial para se comunicar

L=duração dessa civilização

Ernst Mayr, biólogo evolucionista falecido em 2005 e crítico da equação Drake diz que "fi" e "fc" são superdimensionados:

"O desenvolvimento do cérebro humano é uma mutação que não necessariamente trouxe vantagens evolutivas à espécie. Foi uma aposta que deu certo até agora, mas nada indica que continuará dando*".E conclui:

"Quando se coloca na equação a variável de que os homens só desenvolvem cultura quando vivem em sociedades humanas e, antes, são cuidados por mães e pais até o fim da puberdade, a complexidade dos processos de produção de uma civilização tecnológica atinge um grau tal que talvez não possa ser repetido em nenhum outro lugar*".

Não deixo de concordar com Mayr e adiciono a complexidade de uma outra variável: a probabilidade da origem da vida.Quão plausível é surgir vida em condições ambientais de outros planetas?Se temos dificuldades para saber quais eram as condições iniciais da Terra primeva (fato que traz complicações ao programa de pesquisa sobre a abiogênese), quem dirá a de outros planetas.Outra coisa: até agora, nossas ondas de rádios mais "antigas" já percorreram mais de 70 anos-luz e nada de resposta de ETs.

Referência:

*Corrêa cit.Mayr(2007)."Uma nova Terra".Veja, edição 2006, 2 de maio de 2007.

Saturday, April 28, 2007

Grupo acha minicrocodilo no interior de SP

Grupo acha minicrocodilo no interior de SP

Fóssil pertence a animal que viveu há 90 milhões de anos, junto com os dinossauros. Descoberta feita em Marília (SP) foi anunciada em coletiva no Rio de Janeiro.

Reinaldo José Lopes

Entre os grandes, ele era um nanico. Enquanto dinossauros pescoçudos com dezenas de toneladas pisoteavam o chão do que um dia seria o interior paulista, um crocodilo de apenas 50 cm de comprimento, menor do que qualquer jacaré atual, também dava um jeito de levar a vida. O bicho, batizado de Adamantinasuchus navae, teve seus restos descritos por paleontólogos brasileiros, que o apresentaram ao público nesta terça-feira (17).

O animal foi descoberto nas obras de construção de uma represa por William Nava, coordenador do Museu de Paleontologia de Marília (SP). Nava, um dos principais caçadores de fósseis do interior paulista, conta que foi ao local da represa em busca de possíveis achados. “Sempre costuma aparecer algum fóssil nessas obras. Mas quando eu cheguei o lago da represa já estava sendo enchido.” Mesmo assim, foi possível encontrar os fósseis do A. navae, em rochas que parecem datar de 90 milhões de anos atrás.

A análise morfológica do bicho, que permitiu mostrar que se trata de uma nova espécie de crocodilo extinto, foi feita por Pedro Henrique Nobre e Ismar de Souza Carvalho, do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Graças ao achado, Nava foi homenageado com o nome navae.

“A grande peculiaridade dele é que se trata de um animal muito pequeno. Lembra muito um cachorro chihuahua”, declarou Carvalho. O crânio da criatura tem outras características curiosas: olhos muito grandes em relação ao resto da cabeça e os dentes da frente muito protuberantes.

Juntando esses dados com o tamanho reduzido, os pesquisadores estimam que o animal teria hábitos noturnos –- ótimo motivo para ter olhos grandes –- e comeria pequenos animais, talvez insetos e até carniça. Os dentes talvez facilitassem a tarefa de “fisgar” a presa. São traços muito incomuns entre os crocodilos de hoje. “Eu diria que ele é uma Carmen Miranda –- pequena, mas notável”, brinca Carvalho.

No entanto, outras interpretações sobre os hábitos do bichinho são possíveis. Como por enquanto apenas poucos indivíduos da espécie foram identificados e analisados, pode ser que os olhos avantajados sejam apenas um sinal de que se trata de animais ainda jovens – afinal, na maior parte das espécies de vertebrados, os filhotes nascem com olhões, que vão se tornando mais proporcionais ao longo do desenvolvimento.

Por outro lado, há indícios intrigantes, em alguns dentes, de um sistema de mastigação feito para triturar material duro, o que pode indicar que o bicho também seria capaz de se alimentar de plantas. Ou seja, tratava-se de um oportunista no bom sentido, versátil o suficiente para explorar as diferentes possibilidades que seu ambiente oferecia para um animal pequeno. O quadro geral sugere um bicho que, apesar de réptil, tinha hábitos relativamente parecidos com os mamíferos dessa época.

Possibilidades que, aliás, não eram das mais clementes. O interior do Brasil nessa época, o fim do Cretáceo, era uma região semi-árida com muito calor e rios intermitentes, que às vezes se enchiam em fases de chuva catastrófica. Por isso, ao contrário dos crocodilos e jacarés modernos, o Adamantinasuchus navae era um animal totalmente terrestre. Se fosse mesmo noturno, esse modo de vida o ajudaria a escapar do calor escorchante que provavelmente vigorava durante o dia e amainava à noite.

O bicho é um dos membros mais exóticos da volumosa fauna de crocodilos do interior paulista e mineiro dessa época. Esses animais parecem ocupar as mais variadas funções ecológicas, numa diversidade espantosa. Carvalho, porém, diz que é preciso tomar cuidado antes de ficar se perguntando porque diabos havia tantas espécies de crocodilo vivendo juntas. “Isso pode ser um artefato [uma impressão enganosa causada pela falta de dados]”, resume ele. Explica-se: como é difícil datar fósseis tão antigos com muita precisão, pode ser que cada espécie tenha, na verdade, vivido separada da outra por intervalos de centenas de milhares de anos. Para um observador moderno, dá a impressão de que todas foram contemporâneas.

O trabalho foi publicado na revista científica “Gondwana Research” e teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Prefeitura de Marília.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL23146-5603-475,00.html

COMENTÁRIOS:

Crocodilos surgiram no Triássico, então nada de notícia bombástica aqui.Mas o curioso é o tamanho do bicho.Talvez seja um um grupo novo, caso contrário a descoberta não teria saído numa paper séria.

Outra coisa a ser notada é que a falta de dados mostra que não dá para alegar que existiu uma "Galápagos de crocodilos" naquela época.Esse é um problema de falta de registro fóssil.Vale lembrar que nem todo "artefato" é sinônimo de falta de dados.Por exemplo, pode-se dizer que a divergência de crocodilos e jacarés ocorreu entre 55 e 75 milhões de anos, segundo estimativas da análise de distância imunlógicas de proteínas albumina (Stearns e Hoekstra, 2003.Evolução:Uma Introdução.Atheneu Editora São Paulo), a despeito da insuficiência de dados fósseis.

Friday, April 20, 2007

O flagelo do "desenho inteligente"

A Complex Tail, Simply Told

By Jennifer Cutraro
ScienceNOW Daily News
17 April 2007

One of evolutionary biology's greatest challenges is deciphering the origins of complex structures. Now, scientists have unraveled the steps in the evolution of the bacterial flagellum, a tiny, whiplike structure used in swimming and host invasion. A new study shows the flagellum is the result of successive duplications of a single gene in the ancestor of today's bacteria, a finding that not only answers an important question about the evolution of complex structures but also provides additional ammunition to counter arguments from evolution's foes.

[…] evolutionary biologist Howard Ochman and postdoc Renyi Liu of the University of Arizona, Tucson, obtained the complete genomes of 41 flagellated bacteria species and identified 24 flagella-related genes common to all the microbes.

In each species, the 24 genes were very similar to each other but not to any other genes in the genome. This finding, coupled with the observation that this complete set of genes exists in all flagella-bearing bacteria, suggests the genes arose by duplication of a single gene in the ancestor of all bacteria, Ochman says. Slight changes in the genes then generated new functions. Each gene is responsible for a different aspect, such as producing the proteins that make up the flagellar motor, filament, and other structural components. In addition, an evolutionary tree constructed by the researchers suggests that the order in which the genes appeared matches the sequence of steps in the assembly of the flagellum.

Fonte: http://sciencenow.sciencemag.org/cgi/content/full/2007/417/3?rss=1


COMENTÁRIOS:

Esta matéria mostra os sistemas bioquímicos mais complicados são mais difíceis de serem demonstrado como "Complexidade Irredutível"*, termo usado pelo bioquímico Michael Behe no livro A Caixa Preta de Darwin (Jorge Zahar Editor) .Ninguém duvida que um sistema com grande número de partes teve um precursor com menos partes.Porém, como observa, Peter Dunkelberg (do Talk Design):

"Isso é um presente morto que os ancestrais dos organismos tiveram que lidar com menos 'partes'. E dado um grande número de partes, essas partes possuem provavelmente funções adicionais, que é uma boa razão para que se tenha mais partes do que o mínimo necessário para o que decidamos ser 'a' função daquelas partes."

"Na evolução, apropriadamente o suficiente, é tudo sobre mudança. A busca pelo que poderia ser chamado um centro de irredutibilidade evolucionária em qualquer dos exemplos complexos levarão você de volta, de volta, de volta a quem sabe o que? O percurso imediato pode ter tido mais partes. Ou se tinha menos partes, talvez não seja apropriado remover uma parte antes de modificar as partes para que elas não sejam coadaptadas e codependentes. Talvez todo o organismo deveria ser modificado e colocado em um ambiente diferente antes de remover uma parte. Onde você para?"

Dunkelberg, P. (2003). Design Inteligente Desmistificado. Projeto Evoluindo - Biociência.org. Trad.: Juliano Martins. [http://www.evoluindo.biociencia.org]

http://www.biociencia.org/index.php?option=com_content&task=view&id=216&Itemid=81

Os genes que observamos no nosso genoma é a prova que na evolução "é tudo sobre mudança".A maioria deles são membros de famílias multigênicas que cresceram para duplicações e se adotássemos o argumento das funções únicas, nem haveria sentido em existir livros sobre evolução molecular.As enzimas possuem uma versatilidade e oportunismo notável.Vejam a citação do livro de Futuyma:

"(...)a L-fucose isomerase,por exemplo, não utiliza como substrato apenas a L-fucose, mas também a L-xilose e a D-arabinose.Muito frequentemente, um organismo possui ambas enzimas, ampla e especificamente reativas, executando funções relacionadas; o fungo Aspergillus, por exemplo, não não possui somente uma amidase generalizada, mas também as enzimas específicas acetamidase e formamidase.Jensen sugere que novas vias bioquímicas completas podem surgir de enzimas variantes de uma via análoga pelo seu "recrutamento" para uma nova função.Por exemplo, as vias para a síntese da lisina, isoleucina e lexcinasão semelhantes entre si e ao ciclo do ácido tricarboxílico.A hipótese de Jensen prediz que as enzimas de passos correspondentes nessas vias devem possuir sequências homólogas de aminoácidos; se é ou não assim, não se sabe.Jensen cita exemplos nos quais a mesma enzima cataliza reações correspondentes em duas ou mais vias bioquímicas."

(Futuyma,D.1992.Biologia Evolutiva, 2ªedição,Sociedade Brasileira de Genética,p.498).

Já que enzimas específicas podem ter surgido por divergência e duplicação gênica de ancestrais menos específicas, daí a inutilidade de falar em CI, sem demonstrar que "todas as partes são requeridas", como o argumento de Michael Behe prevê.E mais, nunca ouvi falar de um estudo que demonstrasse que um flagelo bacteriano de determinada espécie necessitasse de todas as proteínas para funcionar.

Outra coisa, quando falamos em "pequena complexidade irredutível",parece que até os proponentes do DI propõe que a evolução natural é capaz de explicá-la.Vejam a "explicação" dada pelos seus teóricos sobre o porquê uma dessas ter sido demonstrada experimentalmente numa pesquisa da Science:

http://www.scb.org.br/noticias2/exibe_noticias.asp?id=26&origem=scb_noticias

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=36703

Na verdade, muitas "pequenas complexidades irredutíveis" já haviam sido explicadas pelas retrodições "tipo Jensen".Se querem ver o porquê, basta dá uma olhada no artigo do
Dunkelberg e se perguntar qual é a dificuldade de alguém em entender, por exemplo, a evolução da complexidade irredutível do Pentaclorofenol usado por bactérias.

Obviamente, os DIístas não se dão por vencido, e utilizam como recurso mais alardeado o fato que a evolução das proteínas do flagelo bacteriano não foi demonstrada experimentalmente.Além de fugirem do fato inegável que não existe caso de "grande complexidade irredutível" (grande cascata de proteínas irredutivelmente complexa) confirmado na natureza (muitas que foram ditas que são, na realidade, não são; a coagulação sanguínea já foi considerada CI, mas baleias não possuem uma das proteínas de coagulação do sangue, chamado fator Hageman, e seu sangue coagula mesmo assim), o apelo a essa não-demonstração experimental não faz sentido.Como disse o diretor do Programa Genoma, Francis Collins, em entrevista à Veja (Edição 1992, 24 de janeiro de 2007):

"Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente – o mais citado é o 'bacterial flagellum', um pequeno motor externo que permite à bactéria se mover nos líquidos – são um conjunto de trinta proteínas. Podemos juntar artificialmente essas trinta proteínas, que nada vai acontecer. Isso porque esses mecanismos se formaram gradualmente através do recrutamento de outros componentes."

A mensagem que Collins passa na citação acima é que uma seleção cumulativa muito grande pode não ser reconstruída, mas isso em nada confirma a existência de Complexidade Irredutível.

*Definição de Behe sobre Complexidade Irredutível (notem o grifo meu):

"Com irredutivelmente complexo quero dizer um sistema único composto de várias partes compatíveis que interagem entre si e que contribuem para sua função básica, caso em que a remoção de uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar de forma eficiente. Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido diretamente ( isto é, pelo melhoramento contínuo da função inicial, que continua a atuar através do mesmo mecanismo ) mediante modificações leves, sucessivas, de um sistema precursor, porque qualquer precursor de um sistema irredutivelmente complexo ao qual falta uma parte é, por definição, não funcional. Um sistema biológico irredutivelmente complexo, se por acaso existir tal coisa, seria um fortíssimo desafio à evolução darwiniana. Uma vez que a seleção natural só pode escolher sistemas que já funcionam, então, se um sistema biológico não pudesse ser produzido de forma gradual, ele teria que surgir como uma unidade integrada, de uma única vez, para que a seleção natural tivesse algo com que trabalhar. Mesmo que um sistema seja irredutivelmente complexo (e, portanto, não possa ter sido produzido diretamente), não podemos excluir por completo a possibilidade de uma rota indireta tortuosa. Aumentando-se a complexidade de um sistema iteratuante, porém, cai bruscamente a possibilidade dessa rota indireta. E, à medida em que aumenta o número de sistemas biológicos irredutivelmente complexos, inexplicados, nossa confiança em que o critério de fracasso de Darwin tenha sido atingido sobe vertiginosamente para o máximo que a ciência permite." [página 48]

Tuesday, April 17, 2007

Cientistas decodificam seqüência de proteínas de dinossauro

Cientistas decodificam seqüência de proteínas de dinossauro

WASHINGTON, 12 abr (AFP) - Cientistas americanos conseguiram estabelecer a seqüência das proteínas de colágeno encontradas em um fêmur fossilizado de um tiranossauro Rex que data de 68 milhões de anos, a primeira vez que algo do tipo é conseguido com fragmentos de tecidos orgânicos tão antigos.

Esta seqüência genética indica que os aminoácidos que formam estas proteínas têm semelhanças com os encontrados sobretudo no colágeno das aves de hoje, respaldando a teoria de que os dinossauros e os pássaros estão vinculados na evolução, anunciou John Asara, professor de patologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, co-autor do estudo divulgado pela revista Science na edição desta quinta-feira.

"Esta semelhança com as aves não é surpreendente dados os aparentes vínculos entre os pássaros modernos e os dinossauros", destacou Mary Schweitzer, professora de paleontologia na Universidade da Carolina do Norte.

Em 2005, Mary Schweitzer anunciou que havia extraído fragmentos de tecidos orgânicos do fêmur fossilizado deste tiranossauro encontrado em 2003 em Hell Creek, Montana, uma região rica em fósseis.

"Os dados obtidos pela seqüência das proteínas de colágeno confirmam que estes tecidos orgânicos, cuja descoberta foi uma surpresa, estavam bem preservados", explicou a paleontologista.

Fonte: http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/afp/2007/04/12/ult4430u159.jhtm

COMENTÁRIOS:

Agora são quatro as evidências que suportam a evolução dinossauro-ave: a parahomologia anatômica, a existência de formas intermediárias entre as duas classes, a congruência da cronologia dos ancestrais comuns obtidas por dados independentes (filogenia e estratigrafia) e a redundância funcional protéica.

Para aqueles que não entendem bem o conceito de homologia resta esta desculpa: "apenas evidência de similaridade e de projeto comum".Esse argumento expõe uma ignorância sobre Biologia Evolutiva, porque homologia (molecular, no caso específico) é a similaridade funcionalmente desnecessária, cuja hipótese nula é definida racionalmente.Para uma discussão mais aproximada sobre isso, ver "Evolução, 3 ªedição" (Editora Artmed) de Mark Ridley.

Friday, April 13, 2007

Estudo revela por que apesar da seleção sexual pelos belos ainda existem feios

Trabalho rebate críticas à teoria da evolução e mostra sutileza da seleção natural

Se temos uma tendência a preferir parceiros bonitos em relação a feios, por que a seleção natural não agiu até agora para eliminar gente feia do mundo? Esse grande paradoxo da evolução acaba de ser respondido por dois cientistas do Reino Unido. De acordo com seu estudo, isso acontece porque um gene que causa mutações no nosso genoma “pega carona” naqueles ligados às características que apreciamos, como a beleza. Por isso, em vez de a seleção sexual diminuir as diferenças entre nós, como ditaria a lógica, ela, na verdade, nos torna cada vez mais diferentes.

O fato de a seleção sexual não ter nos transformado em uma espécie formada apenas por Giseles Bündchens e Reynaldos Gianecchinis é um dos argumentos preferidos dos criacionistas para derrubar a teoria da evolução de Charles Darwin. Agora, Marion Petrie e Gilbert Roberts, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, respondem. Segundo seu estudo, a evolução não age por um mecanismo tão simplista.

No trabalho publicado na revista científica “Heredity”, do grupo da prestigiada "Nature", eles usaram um modelo computacional para verificar se um elemento que alterava as mutações genéticas em bactérias também causava impacto em espécies que se reproduzem de forma sexuada, como nós. A resposta foi um surpreendente “sim”.

“Esse é um extraordinário dilema evolucionário. Um grande paradoxo da teoria da evolução”, disse Petrie ao G1. “Na verdade, mecanismos que nós achávamos que não tinham muita importância na seleção natural são, de fato, muito relevantes. A questão é bem mais complexa do que parece e a seleção sexual uma ferramenta ainda mais poderosa do que pensávamos.”

Pela lógica, toda forma de seleção diminuiria as diferenças entre uma espécie em algumas gerações. Mas, na verdade, não temos nada a ganhar nos transformando em um grupo homogêneo de indivíduos. Para começar, a própria seleção natural pararia de funcionar. Afinal, se somos todos iguais, ela vai selecionar o quê? Depois, o fim da diversidade genética é um risco: sem variações dentro da espécie para resistir, uma única doença causada por uma única bactéria poderia nos dizimar a todos.

Por outro lado, mutações também não são a coisa mais segura do mundo. “Mutações benéficas são raras”, afirma Petrie. A maioria delas causa problemas, como o câncer. Por isso, embora a falta de diversidade seja um problema, seria compreensível se a lógica seguisse seu curso e a seleção sexual diminuísse a quantidade de mutações dos nossos genes.

Resolvendo o paradoxo, entra em cena o tal gene modificador, que os cientistas acreditavam que só agia em bactérias. Segundo a pesquisadora, o gene aumenta o número de mutações genéticas. Aumentando o número de mutações como um todo, ele também aumenta o número de mutações benéficas. Mutações essas que são selecionadas por nós, através da seleção sexual, que levamos de brinde o gene modificador, que vai aumentar o número de mutações e a diversidade, começando tudo outra vez.

“É um círculo. Sem diversidade não há seleção sexual. Então a seleção sexual seleciona indiretamente o gene modificador, que aumenta a diversidade, que permite que a seleção sexual continue existindo”, afirma Petrie.

Ou seja, não apenas a teoria da evolução não está errada, como ela é muito mais sutil e complexa do que pensávamos. E se não somos uma espécie de top models, pelo menos seremos uma espécie que vai durar mais tempo.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL15436-5603-1239,00.html

COMENTÁRIOS:

O título da reportagem está errado.A feiúra não favorece a sobrevivência da espécie.Ela é uma consequência de uma coisa que favorece a sobrevivência da espécie.E essa coisa se chama o "efeito carona" dos genes.Quando um locus gênico é selecionado, também é selecionado o gene que está próximo dele no cromossomo.Quando algum gene que influencia a preferência pela beleza é selecionado, também são selecionados "genes da feiúra".

Eu acredito que possa haver explicação alternativa para a aparição da feiúra que seja mais satisfatória.Como isso poderia acontecer?Pessoas nem tão bonitas não sendo tão rejeitadas pelas mais bonitas e as um pouco menos bonitas ainda não sendo significamente rejeitadas pelas do "degrau" acima.Todos sabemos que pessoas não bonitas também são selecionadas como parceiras, uma vez que é próprio da nossa cultura dá importância a outros valores além da beleza.

Monday, April 09, 2007

Dinossauro não oprimia mamífero, diz estudo

da Folha de S.Paulo

Muita gente já ouviu essa história: o impacto de asteróides que eliminou os dinossauros há 65 milhões de anos permitiu que os mamíferos --até então animais pequenos, "oprimidos" pelos grandes répteis-- pudessem se diversificar e se espalhar pelo mundo. Seria mesmo uma bela história. Se fosse verdade.

Mas um estudo publicado hoje sugere que a tal opressão ecológica dos dinossauros sobre os mamíferos simplesmente não existiu. A classe de animais peludos e de sangue quente à qual pertencem os seres humanos experimentou uma grande explosão evolutiva não há 65 milhões, mas há 93 milhões de anos. Naquela época, dinossauros reinavam absolutos sobre a Terra. E, ainda assim, houve espaço para os mamíferos se diversificarem.

O estudo sai hoje na revista "Nature", desafiando a noção de que mamíferos se aproveitaram dos nichos ecológicos deixados vagos pelos dinos após a megaextinção, numa bomba evolutiva de "pavio curto". Os dados indicam que a explosão que daria origem aos ancestrais das 4.554 espécies conhecidas de mamíferos modernos aconteceu, numa bomba de "pavio longo", com duas grandes detonações. A primeira há 93 milhões de anos, a última há cerca de 50 milhões de anos.

A nova hipótese pode exigir uma revisão nos livros didáticos. "Isso é ciência de verdade. A argumentação é sólida, os dados são sólidos", disse o paleontólogo Reinaldo José Bertini, da Unesp de Rio Claro. "Todo mundo tinha esse faro, mas ninguém tinha evidências ainda porque os fósseis daquele período são muito raros."

Os próprios autores do estudo dizem não ver "nenhum conflito" com os dados existentes. "A explosão de 65 milhões de anos atrás aconteceu, mas não entre os grupos de mamíferos nos quais a maioria das pessoas pensa", afirma o canadense Olaf Bininda-Emonds, da Universidade de Jena, Alemanha, autor principal do estudo.

Os mamíferos que se aproveitaram do fim dos dinos foram todos grupos que hoje estão extintos, como os chamados multituberculados, animais parecidos com roedores e de dentes esquisitos.

O trabalho de Bininda e seus colegas reabilita os mamíferos do Cretáceo (último período da era dos dinossauros), que costumam ser pintados em livros e documentários de TV como bichos minúsculos e tímidos, todos parecidos com um rato.

Indícios de que essa imagem era falsa têm surgido aqui e ali. Em 2005, por exemplo, chineses apresentaram fósseis de um mamífero do Cretáceo que devorava dinossauros, o Repenomamus. Estudos de DNA também apontam para uma origem muito antiga dos placentários, divisão à qual pertence a maioria dos mamíferos modernos.

"Mas muitos paleontólogos são céticos sobre isso", por falta de evidência fóssil direta, diz Bininda. Seu estudo diz que a primeira diversificação de placentários foi entre 93 milhões e 85 milhões de anos atrás.

Mas, se a tese da liberação ecológica pela extinção dos dinos não causou os surtos de diversificação dos mamíferos, o que o fez? "Ambas as radiações coincidem com episódios de mudança climática mas, ao mesmo tempo em que é tentador inferir daí uma causa direta, não há nenhuma evidência material disso por enquanto."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16196.shtml

COMENTÁRIOS:

Esse notícia é meio antiga, mas como eu não tinha a visto, vale a pena comentá-la.

Existe relação causal entre a radiação dos mamíferos e a extinção dos dinossauros?Talvez.Para mim, esta ainda continua sendo uma boa idéia.As evidências paleontológicas mostram a aparição das principais ordens mamíferas logo depois da extinção dos dinossauros.Entretanto, esta idéia será totalmente abalada se ,antes da extinção dos dinossauros, fosse muito comum que as ordens mamíferas existentes tivessem porte significativamente maior do que a de um rato.Faltam evidências paleontológicas para isso, mas evidências moleculares sugerem o oposto.Se a radiação mamífera começou antes e as ordens mamíferas conseguiram evoluir em tamanho apesar da predação dos dinossauros, então a extinção dos dinossauros podem não ter absolutamente nada a ver com a história.

Aguardemos mais dados sobre este caso, porque eu acho que este debate ainda não acabou.

Saturday, April 07, 2007

Seleção Natural de Darwin continua trabalhando em humanos

Darwin's Natural Selection Still at Work in Humans

By Ker Than

LiveScience Staff Writerposted: 02 November 200509:28 am ET


The evolutionary process that Charles Darwin discovered almost 150 years ago, responsible for transforming dinosaurs into birds and allowing the walking ancestors of whales to take to the seas, is still quietly at work in humans today.

Darwin's natural selection is the process by which nature rewards those individuals better adapted to their environments with survival and reproductive success. It works at the level of genes, sections of DNA that encode for proteins serve as the software of life.

In one of the most detailed human DNA studies ever conducted, researchers analyzed nearly 12,000 genes from 39 people and a chimpanzee, our closest living relative.

The findings suggest that about 9 percent of the human genes examined are undergoing rapid evolution.

"Our study suggests that natural selection has played an important role in patterning the human genome," said Carlos Bustamante, a biologist at Cornell University.

A separate study announced last month indicated the human brain is still evolving, too.

Compared to chimps ...

Bustamante's team found that the genes most affected were those involved in immunity, sperm and egg production and sensory perception. A comparison between human and chimpanzee genomes found that these genes have undergone more changes in humans than in chimps, despite the fact that the two species shared a common ancestor some 5 million years ago.

The genes for a group of proteins important for switching other genes on and off, known as "transcription factors," were found to vary significantly in humans and chimps. One reason for this could be that turning a gene on or off is easier than changing the gene itself.

"We believe that if you want to evolve a system, it's usually easier to tweak when the protein gets turns on or the total amount of a protein as opposed to the amino acid itself," Bustamante said.

Negative selection

The validity of Darwin's natural selection has been attacked lately by a small but vocal group who argue that it cannot explain all the complexity seen in nature. They advocate a concept called "intelligent design," in which a higher being is responsible for the variety of life. Scientists dismiss intelligent design as cloaked creationism and say that there are no significant problems with the widely accepted theory of evolution.

While mainstream scientists do not need further evidence that natural selection occurs, Bustamante's work provides examples of its pace and extent and offers the promise of medical advances down the road.

Another 13 percent of the genes examined in the study showed evidence for negative selection, whereby harmful mutations are weeded out of the population. These included some genes implicated in hereditary diseases, such as muscular dystrophy and Usher syndrome. The latter is the most common cause of congenital blindness and deafness in developed countries.

Medical geneticists are interested in finding genes sensitive to negative selection because they might one day be useful for predicting an individual's likelihood of developing a disease if the types of mutation to a gene and the environmental conditions are known.

Being able to determine which classes of genes are particularly vulnerable to negative selections is a first step, Bustamante said.

The findings were detailed in the Oct. 20 issue of the journal Nature.

Fonte: http://www.livescience.com/humanbiology/051102_natural_selection.html

COMENTÁRIOS:

Esse texto é esclarecedor.Um erro muito comum sobre a evolução adaptativa é postular que ela é algo que "demora a acontecer".Isso é errado.A evolução adaptativa pode ocorrer em curtos períodos de tempo geológico e até mesmo em frente aos nossos olhos.Ela continua ocorrendo em populações que possuem variação quanto ao sucesso reprodutivo e herdabilidade.

Obviamente, como houve fluxo genético em todo mundo, também não surgiu as condições apropriadas para que ocorresse a cladogênese (transformação de uma espécie em outra) nos últimos milhares de anos, mas a anagênese (transformação dentro da espécie) continuou a ocorrer.Só lembrando que mudança morfológica significativa pode ocorrer sem especiação.Isso que significa que mesmo que a população humana nunca mais se especie, nada garante que futuramente ela será muito semelhante a de hoje.

Segue-se nesse site um resumo de quatro adaptações humanas principais:

1) Tolerância à lactose
2) Melanismo
3) Adaptação à climas extremos
4) Adaptação à altas altitudes

Uma boa resposta de Mark Isaac do site Talk Origins Archive sobre a alegação que seres humanos não evoluíram nos últimos milhares de anos.


"There is evidence that humans have evolved in the last several thousand years and continue to evolve.

* Analysis of variation in the human genome indicates that genes associated with brain size have evolved over approximately the last 37,000 years and 5800 years (Evans et al. 2005; Mekel-Bobrov et al. 2005).

* Sickle-cell resistance has evolved to be more prevalent in areas where malaria is more common.

* Lactose tolerance has evolved in conjunction with cultural changes in dairy consumption (Durham 1992). * Some humans have recently acquired mutations which confer resistance to AIDS (Dean et al. 1996; Sullivan et al. 2001) and to heart disease (Long 1994; Weisgraber et al. 1983). "

Link: http://www.talkorigins.org/indexcc/CB/CB928_2.html

Monday, April 02, 2007

Debate aponta hiato entre cientistas sociais e biólogos moleculares

da Folha de S.Paulo

Bem que o filósofo da ciência Hugh Lacey, o terceiro a ter a palavra no debate sobre o PGH (Projeto Genoma Humano) na terça-feira, na Folha, avisou. "A retórica da legitimação do enorme financiamento público e dos investimentos privados em projetos genoma, e agora também em outros estudos de biologia molecular, tem dois componentes principais."

Um deles seria metafísico (o determinismo genético e a proposta de que o seqüenciamento implica no entendimento do Livro da Vida). O outro, disse Lacey, foi a promessa de que a soletração do DNA do Homo sapiens traria grandes benefícios sociais e médicos.

O debate, feito por ocasião do lançamento do livro "Promessas do Genoma", de Marcelo Leite, colunista da Folha, serviu para sedimentar aquilo que o próprio Leite já havia mencionado em sua fala -e, também, escrito em sua mais recente obra, fruto de uma tese de doutorado em ciências sociais na Unicamp.

Ficou claro o abismo que existe entre os "humanistas" (como Lacey) e os "cientistas naturais" (representados no debate pela geneticista Mayana Zatz, da USP, e pelo biólogo molecular Gonçalo Pereira, da Unicamp), ao qual o escritor britânico Charles Percy Snow se referiu como o hiato entre "as duas culturas".

A advertência do filósofo da ciência sobre a retórica vem bem a calhar. De forma inconsciente até, os biólogos moleculares presentes ao evento se omitiram de um debate aberto.

Enquanto Lacey entrelaçou a retórica da legitimação do PGH ao enfraquecimento da ciência, porque o discurso usado pelos grandes nomes internacionais do genoma, disse o filósofo, não foram embasados na própria ciência, o segundo grupo mostrou a dificuldade de fazer uma reflexão desse processo recente da biologia.

Não que ambos os cientistas sejam apenas retóricos, não que ambos sejam "deterministas". Mas o sentido social e até ético da função deles era levado sempre para o individual.

"Quem coloca a mão na massa sabe quais são as limitações. Às vezes, você realmente tem de vender o peixe quando precisa de financiamento. Não adianta você dizer: "Olha, vou ficar 20 anos seqüenciando para talvez chegar a um resultado". A gente tenta dourar um pouquinho a pílula. Mas sabemos que as limitações são enormes e temos um longo caminho pela frente", disse Zatz.

Para ela, a tese de que os genes são os causadores de tudo também precisa cair. O ambiente --com o que todos os debatedores concordaram-- também tem um papel fundamental nos processos biológicos.

A única convergência no evento foi essa. De resto, nenhuma outra ponte parece estar sendo construída para que o hiato possa ser preenchido.

Leite, enquanto cientista social, defendeu uma reconfiguração das metáforas genéticas que, por si só, encerram o conceito determinístico dos genes.

Zatz e Pereira preferiram fincar pé em seus terrenos firmes. "A sobrevivência na face da Terra depende totalmente do conhecimento que teremos da biotecnologia", disse Pereira. "Reduzir o sensacionalismo é algo para o jornalista fazer."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16209.shtml

COMENTÁRIOS:

Será que Sr. Hugh Lacey e a Sra. Mayana Zatz não vêem que o determinismo genético está definitavamente morto na literatura científica?O caso de Lacey é ainda mais intrigante, porque ele alega que os cientistas utilizam o financiamento do programa genoma para cumprir objetivos metafísicos.

Muitos alegam que o determinismo ainda está vivo entre os defensores da sociobiologia, como Richard Dawkins e Edward Wilson.Nada mais enganoso.O que eles defendem é que os genes INFLUEM no comportamento dos animais, incluindo aí os humamos.Influir é uma coisa diferente de determinar.É claro que genes tem influência no comportamento, caso contrário não poderíamos explicar porque uma ovelha age diferente de um leão.Os próprios etólogos que me referi reconhecem que os seres humanos tem uma variabilidade maior de comportamento que os animais (ver citações dos dois em "Tábula Rasa", Cia das Letras), o que é uma evidência que eles consideram a influência ambiental como um fator decisivo.

O determinismo genético não só é absurdo, como contradiz a embriologia moderna.A última diz que o programa genético da embriologia NÃO é como uma planta de arquitetura de um avião.Cada gene não têm uma correspondência clara sobre como será formado cada parte do organismo individual.A alegação de determinismo genético é válido só faria sentido se pré-formacionismo também fosse.Esta última é uma antiga teoria embriológica que diz que os organismos, desde a concepção, contêm sua forma adulta completa, que se desenvolve no decorrer do tempo.

O mais absurdo é que ainda existam filósofos da ciência e biólogos precupados com uma ameaça inexistente.