Aborígenes vieram de corrente africana de 50 mil anos, diz estudo
da France Presse, em Sydney
Novas evidências de DNA mostram que os aborígenes australianos descenderam de uma onda de migrantes que deixou a África cerca de 50 mil anos atrás. A afirmação é de cientistas da Universidade de Cambridge.
Os pesquisadores afirmam que as descobertas reforçam a teoria evolutiva conhecida como Out of Africa (saída da África), segundo a qual todos os homens modernos são descendentes de um único grupo de Homo sapiens que deixou a África cerca de 2.000 gerações atrás.
Até agora, o principal obstáculo para essa teoria era a enorme discrepância entre o esqueleto e ferramentas dos aborígenes e de pessoas em outras regiões ao longo da "via expressa costeira", a rota por meio da Ásia seguida pelos primeiros colonizadores.
Segundo a Universidade de Cambrigde, alguns estudiosos diziam que as diferenças demonstravam que os aborígenes australianos poderiam ter se miscigenado com o homem de Java (dos Homo erectus), ou que descendiam de uma segunda onda migratória saída da África. Mas análises em quase 700 amostras de DNA de aborígenes e do povo melanésio de Papua-Nova Guiné não mostraram evidências de herança genética do Homo erectus ou de interferências externas posteriores.
O cientista Toomas Kivisild, de Cambridge, disse que o estudo, publicado nesta semana na "Proceedings of the National Academy of Sciences", indica que os aborígenes e os melanésios partilham o mesmo ancestral, como outros humanos modernos.
Ele disse que a Austrália e a Papua-Nova Guiné eram unidas à Eurásia (Europa e Ásia) por uma estreita península na época da migração africana e seu subseqüente desaparecimento significou que as populações se desenvolveram em isolamento.
"A evidência aponta para um isolamento relativo após a chegada inicial", disse o cientista ao site da Universidade Cambridge. O estudo foi realizado por cientistas de Cambridge e da vizinha Anglia Ruskin.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16414.shtml
COMENTÁRIOS:
É impressionante como se consegue confirmar hipóteses monofiléticas até mesmo em relações intra-específicas.O berço da humanidade ser a África é agora um fato científico tão contestável quanto a esfericidade da Terra.
Agora, analisemos uma curiosidade.Se os aborígenes se isolaram por dezenas de milhares de anos, porque não se especiaram?Em primeiro lugar, é bom considerar que o tempo de geração do ser humano é relativamente longo, assim 50 mil anos não seria um tempo suficientemente provável para para ocorrer uma especiação.Em segundo lugar, os humanos sãos uma espécie com baixa variabilidade genética.Não é possível encontrar sequer um grande conjunto de fenótipos específicos de uma população.É justamente devido a isso que o conceito "raça" não faz sentido para o Homo sapiens.Como a especiação usualmente requer seleção natural e esta depende de abundância de variação genética para que a taxa de evolução seja relativamente veloz, então podemos explicar porque foi provável que os aborígenes não se especiaram.
Novas evidências de DNA mostram que os aborígenes australianos descenderam de uma onda de migrantes que deixou a África cerca de 50 mil anos atrás. A afirmação é de cientistas da Universidade de Cambridge.
Os pesquisadores afirmam que as descobertas reforçam a teoria evolutiva conhecida como Out of Africa (saída da África), segundo a qual todos os homens modernos são descendentes de um único grupo de Homo sapiens que deixou a África cerca de 2.000 gerações atrás.
Até agora, o principal obstáculo para essa teoria era a enorme discrepância entre o esqueleto e ferramentas dos aborígenes e de pessoas em outras regiões ao longo da "via expressa costeira", a rota por meio da Ásia seguida pelos primeiros colonizadores.
Segundo a Universidade de Cambrigde, alguns estudiosos diziam que as diferenças demonstravam que os aborígenes australianos poderiam ter se miscigenado com o homem de Java (dos Homo erectus), ou que descendiam de uma segunda onda migratória saída da África. Mas análises em quase 700 amostras de DNA de aborígenes e do povo melanésio de Papua-Nova Guiné não mostraram evidências de herança genética do Homo erectus ou de interferências externas posteriores.
O cientista Toomas Kivisild, de Cambridge, disse que o estudo, publicado nesta semana na "Proceedings of the National Academy of Sciences", indica que os aborígenes e os melanésios partilham o mesmo ancestral, como outros humanos modernos.
Ele disse que a Austrália e a Papua-Nova Guiné eram unidas à Eurásia (Europa e Ásia) por uma estreita península na época da migração africana e seu subseqüente desaparecimento significou que as populações se desenvolveram em isolamento.
"A evidência aponta para um isolamento relativo após a chegada inicial", disse o cientista ao site da Universidade Cambridge. O estudo foi realizado por cientistas de Cambridge e da vizinha Anglia Ruskin.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16414.shtml
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É impressionante como se consegue confirmar hipóteses monofiléticas até mesmo em relações intra-específicas.O berço da humanidade ser a África é agora um fato científico tão contestável quanto a esfericidade da Terra.
Agora, analisemos uma curiosidade.Se os aborígenes se isolaram por dezenas de milhares de anos, porque não se especiaram?Em primeiro lugar, é bom considerar que o tempo de geração do ser humano é relativamente longo, assim 50 mil anos não seria um tempo suficientemente provável para para ocorrer uma especiação.Em segundo lugar, os humanos sãos uma espécie com baixa variabilidade genética.Não é possível encontrar sequer um grande conjunto de fenótipos específicos de uma população.É justamente devido a isso que o conceito "raça" não faz sentido para o Homo sapiens.Como a especiação usualmente requer seleção natural e esta depende de abundância de variação genética para que a taxa de evolução seja relativamente veloz, então podemos explicar porque foi provável que os aborígenes não se especiaram.
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