Os dois paradigmas sobre a origem da vida
As teorias sobre como a vida se originou de matéria não-viva se enquadram em duas classes gerais: (a) replicador primordial, na qual uma grande molécula capaz de se replicar (como o RNA) foi formada por acaso; (b) metabolismo primordial, na qual pequenas moléculas formaram uma rede em evolução de reações estimuladas por uma fonte de energia.
Sobre o segundo caso, Robert Shapiro já disse que:
"Eu chamo esta transformação-chave de reação propulsora porque ela serve como motor que promove o processo de organização.Se B apenas se converter em A ou escapar do compartimento, nós não estaríamos no caminho que leva a maior organização.Por outro lado, se um caminho químico de múltiplos passos-digamos B para C para D para A-reconverter A em B, então os passos neste processo circular(ou ciclo) seriam favoráveis a uma operação contínua porque reabasteceriam a disponibilidade de A, permitindo a utilização contínua da liberação de energia pela reação mineral."
Dados de Günter Wächtershäuser demostraram que partes de um ciclo envolvendo a combinação e separação de aminoácidos na presença sulfetos metálicos catalisadores.A energia foi fornecida pela oxidação do monóxido de carbono em dióxido de carbono.Os pesquisadores não demonstraram a operação de um ciclo completo, capacidade de se auto-sustentar e evoluir.
Nesta mesma reportagem citada é dito que Stuart Kauffman , Doron Lancet e outros usam simulações em computador para ilustrar a viabilidade de ciclos de reação auto-sustentáveis. Tais simulações não especificam as misturas químicas exatas e as condições de reação necessárias para o estabelescimento de redes químicas auto-sustentáveis. Nós não conhecemos todos os caminhos de reação abertos para misturas de compostos orgânicos simples, muito menos suas constantes termodinâmicas.
Na visão de alguns especialistas sobre a abiogênese, o paradigma do RNA primordial está morto, porque aparecimento de uma grande molécula capaz de se autocopiar a partir de uma sopa de nucleotídeos é altamente improvável.
Mas existe um porém, na visão de Shapiro. A ribose permaneceu por muito tempo impossível de ser sintetizada em experiências de laboratório. Stanley Miller observou que a instabilidade da ribose derivada de seu grupo carbonil impede o uso da ribose e outros açúcares como reagentes pré-bióticos. Mas num cenário pré-biótica cheio de minerais cotendo boro estabilizaria carboidratos como a ribose, além do borato fornecer eventualmente um papel para impedir a decomposição da ribose.Isso mostra o quanto é arriscado a descartar linhas de pesquisa apenas porque algumas de suas peças problemas ainda não foram solucionadas.
Claro que ainda faltam a descrição dos processos sobre a evolução pré-biótica posteriores, que são quase que completamente desconhecidos. Isso dá margem a alguns criacionistas ( assumidos ou envergonhados) proclamarem a decadência da "ciência materialista". Mas, basicamente, alguns fundamentam sua argumentação assim: "oh, esse processo é complexo demais, aqui está uma prova que a matéria não-viva não pode evoluir". E noto que seria muito difícil que este tipo de argumentador viesse a estimar tal improbabilidade a partir das leis da física e da bioquímica. Muito se suspende o juízo acerca das probabilidades de formação espontânea de uma molécula auto-replicante com capacidade metabólica por causa da ignorância da química relevante para alguns processos.
Referência:
"Uma origem mais simples da vida", por Robert Shapiro; SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL, julho de 2007.
Sobre o segundo caso, Robert Shapiro já disse que:
"Eu chamo esta transformação-chave de reação propulsora porque ela serve como motor que promove o processo de organização.Se B apenas se converter em A ou escapar do compartimento, nós não estaríamos no caminho que leva a maior organização.Por outro lado, se um caminho químico de múltiplos passos-digamos B para C para D para A-reconverter A em B, então os passos neste processo circular(ou ciclo) seriam favoráveis a uma operação contínua porque reabasteceriam a disponibilidade de A, permitindo a utilização contínua da liberação de energia pela reação mineral."
Dados de Günter Wächtershäuser demostraram que partes de um ciclo envolvendo a combinação e separação de aminoácidos na presença sulfetos metálicos catalisadores.A energia foi fornecida pela oxidação do monóxido de carbono em dióxido de carbono.Os pesquisadores não demonstraram a operação de um ciclo completo, capacidade de se auto-sustentar e evoluir.
Nesta mesma reportagem citada é dito que Stuart Kauffman , Doron Lancet e outros usam simulações em computador para ilustrar a viabilidade de ciclos de reação auto-sustentáveis. Tais simulações não especificam as misturas químicas exatas e as condições de reação necessárias para o estabelescimento de redes químicas auto-sustentáveis. Nós não conhecemos todos os caminhos de reação abertos para misturas de compostos orgânicos simples, muito menos suas constantes termodinâmicas.
Na visão de alguns especialistas sobre a abiogênese, o paradigma do RNA primordial está morto, porque aparecimento de uma grande molécula capaz de se autocopiar a partir de uma sopa de nucleotídeos é altamente improvável.
Mas existe um porém, na visão de Shapiro. A ribose permaneceu por muito tempo impossível de ser sintetizada em experiências de laboratório. Stanley Miller observou que a instabilidade da ribose derivada de seu grupo carbonil impede o uso da ribose e outros açúcares como reagentes pré-bióticos. Mas num cenário pré-biótica cheio de minerais cotendo boro estabilizaria carboidratos como a ribose, além do borato fornecer eventualmente um papel para impedir a decomposição da ribose.Isso mostra o quanto é arriscado a descartar linhas de pesquisa apenas porque algumas de suas peças problemas ainda não foram solucionadas.
Claro que ainda faltam a descrição dos processos sobre a evolução pré-biótica posteriores, que são quase que completamente desconhecidos. Isso dá margem a alguns criacionistas ( assumidos ou envergonhados) proclamarem a decadência da "ciência materialista". Mas, basicamente, alguns fundamentam sua argumentação assim: "oh, esse processo é complexo demais, aqui está uma prova que a matéria não-viva não pode evoluir". E noto que seria muito difícil que este tipo de argumentador viesse a estimar tal improbabilidade a partir das leis da física e da bioquímica. Muito se suspende o juízo acerca das probabilidades de formação espontânea de uma molécula auto-replicante com capacidade metabólica por causa da ignorância da química relevante para alguns processos.
Referência:
"Uma origem mais simples da vida", por Robert Shapiro; SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL, julho de 2007.