Monday, January 22, 2007

Collins:"Ciência não exclui Deus"

Muitas vezes algumas pessoas religiosas afirmam que possuem motivos pessoais para negar a teoria da evolução de Darwin. Gostaria de apresentar um trecho de um livro criacionista chamado “E Disse Deus” (Shalom Publicações,p.87) de Farid Abou-Rahme.Assim, ele se referia assim ao evolucionismo teísta:

“Por um outro lado, sendo cristãos, podemos aceitar um Deus tão incapaz, incompetente? Imagine por um momento: Deus cria a primeira célula e depois sai de cena e espera milhões de anos para execução do processo de mutações! Então, surge o trilobita! Espera-se mais de 200 milhões de anos, e surge o sapo! Ótimo! E assim sucessivamente até o homem ‘evoluir’ depois de milhões de anos de lutas, sofrimentos, mortes e sobrevivência dos mais fortes”.

Percebam o equívoco da citação acima.Com ou sem Deus, existem lutas, sofrimentos e mortes.O autor deste livro simplesmente não queria que a interpretação literal bíblica fosse
negada pela ciência.Ele deve ter pensado "Tudo bem que houvesse lutas, sofrimentos e mortes, desde que tudo isso ocorresse depois que Adão cometeu o primeiro pecado."Eu já li todo esse livro e sei o que estou dizendo.

Outra coisa, quando se fala em "teoria da evolução de Darwin" está se referindo ao paradigma composto por 5 teorias principais:evolução como tal, descendência comum, especiação, gradualismo e seleção natural.Obviamente, é possível ter uma visão religiosa sobre a origem das espécies e ainda assim acreditar nas quatro primeiras teses.Elas são teorias amecanísticas, ou seja, nada dizem sobre como a evolução ocorreu.Embora haja polêmica sobre a quinta tese negar uma visão não-mecanicista da natureza, eu vejo como algo claro que a seleção natural nada diz a respeito de Deus, deuses ou projetos inteligentes.Como seria possível criar uma teoria que evidenciasse de forma positiva a ausência Deus, deuses ou projetos inteligentes?Enquanto, essa pergunta for respondida com um silêncio, então não vejo motivo para tanta preocupação entre as pessoas religiosas.

Existe uma outra tática antievolucionista, que é o apelo emocional, algo como "Você está querendo nos dizer que somos frutos da casualidade?".Essa argumentação se refere ao fato de os cientistas só buscarem respostas através de uma visão mecanicista da natureza.
Obviamente, essas pessoas não se lembram que foi de um cristão ardoroso que saiu a idéia que a Lua gira incessantemente em torno da Terra devido a existência de uma força natural universal.Parece que estas pessoas não vêem problemas quando as leis e mecanismos são vistas como causas suficientes para descrever fenômenos que envolvem corpos sem vida.

É óbvio que nem todas as pessoas religiosas são assim.Um exemplo óbvio disso vem de Francis Collins, diretor do Projeto Genoma.Vejam a matéria da Veja e a sua entrevista com o biólogo americano nas páginas amarelas que evidenciam isso:


Ciência não exclui Deus


O biólogo que desvendou o genoma humano explica por que é possível aceitar as teorias de Darwin e ao mesmo tempo manter a fé religiosa O biólogo americano Francis Collins é um dos cientistas mais notáveis da atualidade. Diretor do Projeto Genoma, bancado pelo governo americano, foi um dos responsáveis por um feito espetacular da ciência moderna: o mapeamento do DNA humano, em 2001. Desde então, tornou-se o cientista que mais rastreou genes com vistas ao tratamento de doenças em todo o mundo. Collins também é conhecido por pertencer a uma estirpe rara, a dos cientistas cujo compromisso com a investigação do mundo natural não impede a profissão da fé religiosa. Alvo de críticas de seus colegas, cuja maioria nega a existência de Deus, Collins decidiu reagir. Ele lançou há pouco nos Estados Unidos o livro The Language of God (A Linguagem de Deus). Nas 300 páginas da obra, o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé. "As sociedades precisam tanto da ciência como da religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares", explica o cientista. A seguir, a entrevista de Collins a VEJA:

Veja – No livro A Linguagem de Deus, o senhor conta que era um "ateu insolente" e, depois, se converteu ao cristianismo. O que o fez mudar suas convicções?

Francis Collins – Houve um período em minha vida em que era conveniente não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química e a matemática pareciam ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a ciência não substitui a religião quando ingressei na faculdade de medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas, depois de me contar sobre sua fé e como conseguia forças para lutar contra a doença, perguntou-me em que eu acreditava. Disse a ela que não acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista ingênuo que se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios.

Veja – Que questões são essas para as quais não encontramos respostas?

Collins – Falo de questões filosóficas que transcendem a ciência, que fazem parte da existência humana. Os cientistas que se dizem ateus têm uma visão empobrecida sobre perguntas que todos nós, seres humanos, nos fazemos todos os dias. "O que acontece depois da morte?" ou "Qual é o motivo de eu estar aqui?". Não é certo negar aos seres humanos o direito de acreditar que a vida não é um simples episódio da natureza, explicado cientificamente e sem um sentido maior. Esse lado filosófico da fé, na minha opinião, é uma das facetas mais importantes da religião. A busca por Deus sempre esteve presente na história e foi necessária para o progresso. Civilizações que tentaram suprimir a fé e justificar a vida exclusivamente por meio da ciência – como, recentemente, a União Soviética de Stalin e a China de Mao – falharam. Precisamos da ciência para entender o mundo e usar esse conhecimento para melhorar as condições humanas. Mas a ciência deve permanecer em silêncio nos assuntos espirituais.

Veja – A maioria dos cientistas argumenta que a crença em Deus é irracional e incompatível com as descobertas científicas. O zoólogo Richard Dawkins, com quem o senhor trava um embate filosófico sobre o tema, diz que a religião é a válvula de escape do homem, o vírus da mente. Como o senhor responde a isso?

Collins – Essa perspectiva de Dawkins é cheia de presunção. Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. No ano passado foram lançados vários livros de cientistas renomados, como Dawkins, Daniel Dennett e Sam Harris, que atacam a religião sem nenhum propósito. É uma ofensa àqueles que têm fé e respeitam a ciência. Em vez de blasfemarem, esses cientistas deveriam trabalhar para elucidar os mistérios que ainda existem. É o que nos cabe.

Veja – O senhor afirma que as sociedades precisam da religião, mas como justificar as barbaridades cometidas em nome de Deus através da história?

Collins – Apesar de tudo o que já aconteceu, coisas maravilhosas foram feitas em nome da religião. Pense em Madre Teresa de Calcutá ou em William Wilberforce, o cristão inglês que passou a vida lutando contra a escravatura. O problema é que a água pura da fé religiosa circula nas veias defeituosas e enferrujadas dos seres humanos, o que às vezes a torna turva. Isso não significa que os princípios estejam errados, apenas que determinadas pessoas usam esses princípios de forma inadequada para justificar suas ações. A religião é um veículo da fé – essa, sim, imprescindível para a humanidade.

Veja – O senhor diz que a ciência e a religião convergem, mas devem ser tratadas separadamente. Como vê o movimento do "design inteligente", em que cientistas usam a religião para explicar fatos da natureza que permanecem um mistério para a ciência?

Collins – Essa abordagem é um grande erro. Os cientistas não podem cair na armadilha a que chamo de "lacuna divina". Lamento que o movimento do design inteligente tenha caído nessa cilada ao usar o argumento de que a evolução não explica estruturas tão complicadas como as células ou o olho humano. É dever de todos os cientistas, inclusive dos que têm fé, tentar encontrar explicações racionais para tudo o que existe. Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente – o mais citado é o "bacterial flagellum", um pequeno motor externo que permite à bactéria se mover nos líquidos – são um conjunto de trinta proteínas. Podemos juntar artificialmente essas trinta proteínas, que nada vai acontecer. Isso porque esses mecanismos se formaram gradualmente através do recrutamento de outros componentes. No curso de longos períodos de tempo, as máquinas moleculares se desenvolveram por meio do processo que Darwin vislumbrou, ou seja, a evolução.

Veja – Qual a sua leitura da Bíblia?

Collins – Santo Agostinho, no ano 400, alertou para o perigo de se achar que a interpretação que cada um de nós dá à Bíblia é a única correta, mas a advertência foi logo esquecida. Agostinho já dizia que não há como saber exatamente o que significam os seis dias da criação. Um exemplo de que uma interpretação unilateral da Bíblia é equivocada é que há duas histórias sobre a criação no livro do Gênesis 1 e 2 – e elas são discordantes. Isso deixa claro que esses textos não foram concebidos como um livro científico, mas para nos ensinar sobre a natureza divina e nossa relação com Ele. Muitas pessoas que crêem em Deus foram levadas a acreditar que, se não levarmos ao pé da letra todas as passagens da Bíblia, perderemos nossa fé e deixaremos de acreditar que Cristo morreu e ressuscitou. Mas ninguém pode afirmar que a Terra tem menos de 10 000 anos a não ser que se rejeitem todas as descobertas fundamentais da geologia, da cosmologia, da física, da química e da biologia. Veja – O senhor acredita na Ressurreição? Collins – Sim. Também acredito na Virgem Maria e em milagres.

Veja – Não é uma contradição que um cientista acredite em dogmas e milagres?

Collins – A questão dos milagres está relacionada à forma como se acredita em Deus. Se uma pessoa crê e reconhece que Ele estabeleceu as leis da natureza e está pelo menos em parte fora dessa natureza, então é totalmente aceitável que esse Deus seja capaz de intervir no mundo natural. Isso pode aparecer como um milagre, que seria uma suspensão temporária ou um adiamento das leis que Deus criou. Eu não acredito que Deus faça isso com freqüência – nunca testemunhei algo que possa classificar como um milagre. Se Deus quis mandar uma mensagem para este mundo na figura de seu filho, por meio da Ressurreição e da Virgem Maria, e a isso chamam milagre, não vejo motivo para colocar esses dogmas como um desafio para a ciência. Quem é cristão acredita nesses dogmas – ou então não é cristão. Faz parte do jogo.

Veja – É possível acreditar nas teorias de Darwin e em Deus ao mesmo tempo? Collins – Com certeza.

Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evolução para criar a diversidade de vida que existe no planeta, para produzir criaturas que à sua imagem tenham livre-arbítrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que ele não deveria ter criado o mundo dessa forma?

Veja – Alguns cientistas afirmam que a religião e certas características ligadas à crença em Deus, como o altruísmo, são ferramentas inerentes ao ser humano para garantir a evolução e a sobrevivência. O senhor concorda?

Collins – Esses argumentos podem parecer plausíveis, mas não há provas de que o altruísmo seja uma característica do ser humano que permite sua sobrevivência e seu progresso, como sugerem os evolucionistas. Eles querem justificar tudo por meio da ciência, e isso acaba sendo usado para difundir o ateísmo.

Veja – Mas o altruísmo é visto hoje pela genética do comportamento como uma característica herdada pelos genes, assim como a inteligência. O senhor, como geneticista, discorda da genética comportamental?

Collins – Há muitas teorias interessantes nessa área, mas são insuficientes para explicar os nobres atos altruístas que admiramos. O recado da evolução para cada um de nós é propagar o nosso DNA e tudo o que está contido nele. É a nossa missão no planeta. Mas não é assim, de forma tão lógica, que entendo o mundo, muito menos o altruísmo e a religiosidade. Penso em Oskar Schindler, que se sacrificou por um longo período para salvar judeus, e não pessoas de sua própria fé. Por que coisas desse tipo acontecem? Se estou caminhando à beira de um rio, vejo uma pessoa se afogar e decido ajudá-la mesmo pondo em risco a minha vida, de onde vem esse impulso? Nada na teoria da evolução pode explicar a noção de certo e errado, a moral, que parece ser exclusiva da espécie humana.

Veja – Muitas religiões são contrárias ao uso de técnicas científicas que poderiam salvar vidas, como a do uso de células-tronco. Como o senhor se posiciona nessa polêmica?

Collins – Temos de ser sensíveis e respeitar as diferentes religiões no que diz respeito aos avanços científicos. Mas interromper as pesquisas científicas ou impedir que uma pessoa com uma doença terrível tenha uma vida melhor só porque a religião não aceita determinado tratamento é antiético. Por outro lado, existem fronteiras que a ciência não deve transpor, como a clonagem humana, que além de tudo não serviria para nada a não ser para nos repugnar. Cada caso tem de ser avaliado isoladamente.

Veja – Os geneticistas são muitas vezes acusados de brincar de Deus. Como o senhor encara essas críticas?

Collins – Se todos brincássemos de Deus como Deus gostaria, com esperança e amor, ninguém se abateria muito com comentários do gênero. Mas somos seres humanos e temos propensão ao egoísmo e aos julgamentos equivocados. O importante é não reagir de forma exagerada à perspectiva de que as pessoas possam vir a fazer mau uso das descobertas da genética, mas sim focar o lado bom dessa "brincadeira". A maior parte das pesquisas genéticas busca a cura de doenças como câncer, problemas cardíacos, esquizofrenia. São objetivos louváveis. Para evitar o uso impróprio da ciência, o Projeto Genoma Humano apóia um programa que visa a preservar a ética nas pesquisas genéticas e certificar-se de que todas as nossas descobertas beneficiarão as pessoas e a sociedade.

Veja – O que esperar das pesquisas genéticas no futuro?

Collins – Nos próximos dois ou três anos vamos descobrir os fatores genéticos que criam a propensão ao câncer, ao diabetes e às doenças cardiovasculares. Isso possibilitará que as pessoas saibam que provavelmente vão desenvolver esses males e tomem medidas preventivas contra eles, com a ajuda do médico. Mais à frente, as descobertas das relações entre o genoma e as doenças farão com que os tratamentos e os remédios sejam personalizados, tornando-os mais eficientes e com menos efeitos colaterais.

Veja – O senhor acredita que Deus ouve suas preces e as atende?

Collins – Eu nunca ouvi Deus falar. Algumas pessoas ouviram. Não acredito que rezar seja um caminho para manipular as intenções de Deus. Rezar é uma forma de entrarmos em contato com Ele. Nesse processo, aprendemos coisas sobre nós mesmos e sobre nossas motivações.

4 Comments:

Blogger oakleyses said...

oakley sunglasses wholesale, christian louboutin outlet, replica watches, christian louboutin shoes, oakley sunglasses, uggs on sale, tiffany jewelry, burberry pas cher, michael kors pas cher, louis vuitton, chanel handbags, tiffany and co, longchamp outlet, cheap oakley sunglasses, ray ban sunglasses, christian louboutin uk, louis vuitton outlet, jordan pas cher, ray ban sunglasses, nike air max, nike air max, christian louboutin, louboutin pas cher, longchamp outlet, polo ralph lauren, prada handbags, ugg boots, oakley sunglasses, coach outlet, oakley sunglasses, nike free, longchamp pas cher, louis vuitton outlet, kate spade outlet, air max, tory burch outlet, jordan shoes, replica watches, ugg boots, sac longchamp pas cher, nike free run, nike outlet, kate spade, gucci handbags, ray ban sunglasses, prada outlet, longchamp outlet, polo outlet, polo ralph lauren outlet online

6:42 PM  
Blogger oakleyses said...

vans pas cher, sac vanessa bruno, nike roshe run uk, uggs outlet, michael kors outlet online, lululemon canada, true religion jeans, nike blazer pas cher, nike trainers uk, sac hermes, nike air max uk, nike air force, michael kors outlet online, michael kors outlet online, nike tn, north face, nike free uk, nike air max, timberland pas cher, ray ban uk, polo lacoste, hogan outlet, coach outlet store online, true religion outlet, michael kors outlet online, burberry outlet, guess pas cher, ray ban pas cher, new balance, abercrombie and fitch uk, michael kors, michael kors outlet, mulberry uk, oakley pas cher, hollister pas cher, nike huaraches, north face uk, converse pas cher, nike air max uk, true religion outlet, true religion outlet, michael kors outlet, michael kors, hollister uk, burberry handbags, michael kors outlet, replica handbags, uggs outlet, ralph lauren uk

6:47 PM  
Blogger oakleyses said...

converse, p90x workout, herve leger, lululemon, hollister, north face outlet, instyler, karen millen uk, nfl jerseys, mont blanc pens, oakley, hermes belt, ghd hair, abercrombie and fitch, hollister, soccer jerseys, nike air max, new balance shoes, insanity workout, asics running shoes, vans outlet, chi flat iron, jimmy choo outlet, mac cosmetics, baseball bats, babyliss, ray ban, lancel, valentino shoes, montre pas cher, longchamp uk, soccer shoes, reebok outlet, beats by dre, hollister clothing, louboutin, ferragamo shoes, celine handbags, wedding dresses, timberland boots, bottega veneta, nike roshe run, nike air max, toms shoes, converse outlet, vans, ralph lauren, mcm handbags, north face outlet, gucci

6:51 PM  
Blogger oakleyses said...

louis vuitton, pandora uk, ugg uk, louis vuitton, thomas sabo, louis vuitton, moncler, moncler, canada goose outlet, ugg,ugg australia,ugg italia, doudoune moncler, canada goose, marc jacobs, ugg, supra shoes, louis vuitton, canada goose outlet, moncler uk, ugg pas cher, hollister, pandora jewelry, moncler outlet, ugg,uggs,uggs canada, moncler, canada goose uk, pandora jewelry, juicy couture outlet, canada goose, coach outlet, wedding dresses, swarovski crystal, moncler, canada goose jackets, juicy couture outlet, canada goose outlet, pandora charms, replica watches, links of london, moncler outlet, swarovski, louis vuitton, canada goose

6:56 PM  

Post a Comment

<< Home