Friday, March 30, 2007

Darwinismo perdendo adeptos?

Não são muitos os cientistas antidarwinistas atualmente.Isso pode ser visto pelo um baixo-assinado da Discovery em que até agora já reuniu cerca de 600 dissidentes do Darwinismo:
http://www.dissentfromdarwin.org/

Esse é um número inferior ao número (mais de 700) que a National Center for Science Education reuniu de cientistas chamados Steve (ou com nome cognata,como Stephanie) que concorda com a seguinte afirmação: “A evolução é um vital, bem-suportado princípio unificador das ciências biológicas, a evidência científica é esmagadora a favor da idéia que todas as coisas vivas compartilham de um ancestral comum.Embora hajam debates legítimos sobre os testes padrões e processos da evolução, não há nenhuma dúvida científica séria que a evolução ocorreu ou que a seleção natural é um mecanismo principal em sua ocorrência. É cientificamente impróprio e pedagogicamente irresponsável que a pseudociência criacionista , incluindo o Design Inteligente, ser introduzido no currículo científico nos currículos de ciência de escolas públicas de nossa nação".Aqui mostro a referência dessa paródia no link: http://www.ncseweb.org/resources/articles/3697_the_list_2_16_2003.asp.

Vejam que o número de Steves é aproximadamente 1% da população dos EUA, o que nos permite especular que na pior das hipóteses 99% dos cientistas são defensores da Teoria Sintética da evolução.

Abaixo-assinado da Discovery mostrando dissenção crescente do Darwinismo?Só quando o número de assinantes da listinha da Discovery ultrapassar a do Projeto Steve. Não lembro direito, mas da penúltima vez que apurei o placar, estava uns 600 X 500 para o Projeto Steve.

Monday, March 26, 2007

Criado mosquito transgênico para combater malária

Criado mosquito transgênico para combater malária

Um tipo de mosquito transgênico resistente à malária que tem melhor potencial de sobrevivência do que os insetos transmissores da doença foi criado por cientistas americanos.

Os pesquisadores desejam introduzir os insetos transgênicos na natureza para que eles acabem predominando sobre os transmissores, em uma estratégia para controlar a malária.

O mosquito criado pelos cientistas é portador de um gene que impede que ele seja infectado pelo parasita da malária. Detalhes do estudo foram publicados em Proceedings of the National Academy of Sciences.

Sobrevivência

Em uma experiência de laboratório, um mesmo de mosquitos selvagens e de mosquitos transgênicos pôde picar ratos infectados com malária.

Na medida em que se reproduziram, um número maior de mosquitos transgênicos sobreviveu. Depois de nove gerações, 70% dos insetos pertenciam à variedade resistente à malária.

Os cientistas também inseriram uma proteína fluorescente verde nos mosquitos geneticamente modificados que fez com que seus olhos tenham um brilho esverdeado.

Com isso, os pesquisadores puderam contar com mais facilidade os insetos dos dois tipos.

Vantagem

O cientista Mauro Marrelli e seus colegas da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, no Estado americano de Maryland, escreveram no artigo sobre suas experiências: "Pelo que sabemos, ninguém anunciou antes ter demonstrado que mosquitos transgênicos têm uma vantagem física sobre os não-transgênicos."

Os mosquitos geneticamente modificados tinham um índice de sobrevivência maior e punham mais ovos. Mas quando ambos os tipos de insetos se alimentaram de sangue não-infectado, competiram em pé de igualdade.

Para que os mosquitos resistentes sejam úteis na natureza, precisam sobreviver melhor do que os não-resistentes mesmo quando não são expostos à malária.

Ainda assim, os pesquisadores concluíram: "Os resultados têm implicações importantes para a implementação de controle da malária através da alteração genética de mosquitos."

Mosquitos transgênicos que interfiram no desenvolvimento do parasita da malária tornarão mais difícil o reestabelecimento desse microorganismo em uma área depois de sua erradicação, dizem os cientistas.

A malária, que se propaga através do parasita plasmódio, formado por uma única célula, é endêmica em partes da Ásia, África, América Central e do Sul.

A doença, transmitida pela picada do mosquito do gênero anófeles, afeta 300 milhões de pessoas e mata um milhão por ano em todo o mundo. No Brasil a região mais afetada é a Norte, sobretudo na região amazônica, onde são registrados por volta de 500 mil casos anuais.

Cerca de 90% dos casos são registrados na África Subsaariana, onde uma criança morre da doença a cada 30 segundos.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1493491-EI298,00.html


COMENTÁRIOS:

Só esperemos que o coeficiente de seleção natural desses mosquitos transgênicos sejam bem elevados.

Por falar em seleção natural, é este mecanismo que explica porque existe uma proporção tão grande de pessoas na África Subsaariana que são heterozigotas que possuem tanto o alelo da anemia falciforme (onde os homozigotos desse alelo tem hemoglobina com formato de foice) , quanto a alelo de hemoglobina com formato normal na África Subsaariana.Isso é explicado porque os portadores do alelo de anemia falciforme têm mais resitência a malária que os não-portadores.Obviamente, os homozigotos da anemia falciforme não são selecionados porque quase sempre morrem de anemia-a forma de foice das células impede-as de carregarem níveis normais de oxigênio.E os "homozigotos normais" frequentemente morrem de malária.Assim, os heterozigotos tem vantagem seletiva sobre os demais, o que não é tão bom porque eles também não são completamente saudáveis.

Espera-se também que esses mosquitos transgênicos diminuam o número de pessoas com o alelo de anemia falciforme.

Friday, March 23, 2007

Cérebro tem área ligada à moral, aponta pesquisa

Cérebro tem área ligada à moral, aponta pesquisa

Lesão em zona que integra emoção à consciência prejudica julgamentos morais

Estudo reforça hipótese de que a evolução dotou os seres humanos de um tipo de órgão universal da ética, alojado no sistema nervoso

RAFAEL GARCIA DA REPORTAGEM LOCAL

Para agir de maneira ética, basta pensar de maneira racional ou é preciso se deixar envolver também pelas emoções? De acordo com um estudo publicado ontem, julgamentos morais que as pessoas fazem quando estão diante de um dilema são mais emocionais do que se imaginava -sinal de que a moral não é baseada só na cultura e faz parte da natureza humana. Para lidar com essa questão, um grupo liderado pelo psicólogo americano Marc Hauser, da Universidade Harvard, e pelo neurologista português António Damásio, da Universidade do Sul da Califórnia (ambas nos EUA), submeteu diversos voluntários a um questionário com situações imaginárias de deixar qualquer um arrepiado.

A maior parte delas envolvia decisões do tipo "escolha de Sofia", como sacrificar um filho para salvar um grupo de pessoas. Que mãe permitiria isso? Para tentar inferir o peso da emoção em julgamentos morais, os cientistas incluíram entre os voluntários seis pessoas que haviam sofrido lesões numa área específica do cérebro, o córtex frontal ventromedial (veja o quadro à esquerda). Entre as diversas funções dessa estrutura está a integração de sentimentos à consciência.

O resultado do experimento foi que os portadores da lesão tiveram tendência a pensar de maneira mais "utilitária". Eles escolhiam, da maneira mais fria, a decisão que prejudicasse um número menor de pessoas.

"Em alguns casos -dilemas de grande conflito moral- a emoção parece ter papel significativo nos julgamentos", explicou a Folha Michael Koenigs, colaborador de Hauser e Damásio. "Como os pacientes com a lesão que estudamos presumivelmente carecem de emoções sociais/morais apropriadas, seus julgamentos são mais baseados em considerações utilitárias do que em fatores emocionais."

Uma das questões usadas pelos cientistas envolvia uma situação imaginária na qual famílias vivendo num porão se escondiam de soldados que procuravam civis para matar. Um bebê começa a chorar, e a única maneira de calá-lo para evitar que todos sejam encontrados é tapar a respiração da criança por tempo suficiente para matá-la. O que fazer?

Para os pacientes portadores da lesão estudada, a decisão correta era matar a criança.

Sem empatia

A resposta, de certa forma, era o que os pesquisadores esperavam. "Pacientes com essa lesão exibem menos empatia, compaixão, culpa, vergonha e arrependimento", disse Koenigs, que foi autor principal do artigo que descreve o experimento hoje no site da revista "Nature" (www.nature.com). Ao contrário do que se podia imaginar, porém, essas características não tornaram essas pessoas "más" ou "cruéis". Para situações sem dilemas, as respostas dos pacientes lesionados foram bastante semelhantes às dos voluntários sadios.

Na opinião dos cientistas, o estudo é uma forte evidência de que pensar de maneira puramente utilitarista simplesmente vai contra a natureza humana. O córtex frontal ventromedial, afinal, seria um produto da evolução que ajudou a moldar a forma como as pessoas se relacionam.

"Ele parece ser uma "parte emocional" inata do cérebro, e parece ser crítico para certos aspectos da moralidade", diz Koenigs. O pesquisador afirma, porém, que não é possível separar a influência do ambiente na ética. "A reação da maquinaria emocional com respeito a questões morais é sem dúvida moldada por forças culturais."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2203200701.htm

COMENTÁRIOS:

Mais uma notícia que mostra que as teorias da Sociobiologia são bem sustentadas cientificamente.Não se descarta que as emoções morais evoluem num contexto cultural.Mas uma vez que costumes culturais ajudam pessoas a se reproduzirem mais que as outras e genes influem no comportamento das pessoas, então não podemos isolar o contexto cultural do contexto biológico (ambos estão entrelaçados).

As evidências mostram cada vez mais que aquilo que conhecemos como emoções morais é, em grande parte, determinado biologicamente.As pessoas que defendem esta tese são costumeiramente chamados de adeptos do materalismo filosófico por críticos que defendem que uma alma imaterial dotada de livre-arbítrio é a única responsável por nossas ações.

Tuesday, March 20, 2007

Dupla sintetiza molécula 'mãe da vida'

Dupla sintetiza molécula 'mãe da vida'

Pesquisadores decifraram estrutura de substância ligada aos primeiros seres vivos. Molécula de RNA consegue guardar código genético e promover auto-replicação.

Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo

A teoria mais aceita para o surgimento da vida a partir de materiais inertes exige a existência de uma molécula capaz de ser, ao mesmo tempo, o ovo e a galinha: ela precisa carregar informações genéticas e também ser capaz de se auto-replicar. O dilema é que ninguém tinha visto uma molécula assim na natureza. Mas isso não foi problema para uma dupla de pesquisadores na Universidade da Califórnia em Santa Cruz. Eles a fabricaram.

Mais que isso, aliás, eles decifraram a estrutura molecular dessa substância, oferecendo novas evidências de como a vida pode surgir a partir de compostos orgânicos simples. Não é coisa pouca.

Os cientistas durante muito tempo se viram num dilema. A vida como é conhecida hoje se apóia em duas pernas: de um lado, a molécula chamada DNA (nome pop do ácido desoxirribonucléico) serve para armazenar o código genético; de outro, as atividades envolvidas no metabolismo dos seres vivos são conduzidas pelas proteínas, grandes moléculas complexas.

Problema: a vida precisava das duas coisas. Pior: o DNA depende das proteínas para se replicar, e as proteínas dependem do código inscrito no DNA para serem construídas. Surgia então a versão biomolecular do problema do ovo e da galinha: qual deles teria surgido primeiro? A chance de os dois terem aparecido simultaneamente por acidente era absurdamente improvável.

O surgimento da vida continuaria um enigma até os anos 1960, quando um grupo de pesquisadores sugeriu que uma molécula até então tida como coadjuvante no mundo dos seres vivos poderia ser a chave do mistério: o RNA.

Primo pobre do DNA

Como o DNA, o RNA (ácido ribonucléico) também é capaz de armazenar informação genética (hoje ele é usado pelos seres vivos em muitas funções, como por exemplo a de mensageiro do DNA, levando pedaços de código genético do núcleo da célula até as fábricas de proteína), mas, como ele é composto por uma fita simples, em vez de duas fitas entrelaçadas, como o DNA, acaba sendo muito menos resistente.

Em compensação, ele é uma molécula com uma capacidade de interação muito maior -- poderia, de repente, fazer as duas coisas: conter informação genética e realizar algum metabolismo, propiciando sua própria replicação. Nascia a teoria do "Mundo de RNA".

Era uma hipótese radical, que acabou ganhando muita força nos anos 1980, quando cientistas descobriram moléculas de RNA que podiam atuar como proteínas, desencadeando reações -- as chamadas ribozimas. Mas ninguém tinha visto uma molécula de RNA que promovesse a própria replicação -- de fato, ela não existe em nenhuma forma de vida atual.

O que fizeram Michael Robertson e William Scott? Fabricaram uma molécula de RNA que fizesse exatamente essa função de auxiliar na auto-replicação. "Nós temos o primeiro vislumbre de como pode ter sido essa RNA replicase", diz Gerald Joyce, do Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, Califórnia, que não participou da pesquisa, mas escreveu um comentário publicado junto com o estudo da dupla na edição desta semana do periódico "Science".

"Não está claro se a replicase hipotética do Mundo de RNA operava com o mesmo mecanismo [da ribozima criada por Robertson e Scott], mas é uma boa aposta", avalia Joyce. E a recriação oferece uma vantagem especial: "Diferentemente das enzimas de replicase de RNA que provavelmente se extinguiram mais de 3,5 bilhões de anos atrás, essas recriações modernas estarão disponíveis para investigação detalhada."

Evolução in vitro

Pode soar estranho que, ao tentar explicar o surgimento da vida por mecanismos naturais, os cientistas apelem para a criação artificial de uma molécula. Seria essa uma evidência de design inteligente?

Pela enésima vez, não. Para criar seu RNA, Scott e Robertson apelaram para um mecanismo chamado de "seleção in vitro" -- é como a seleção natural que impulsiona a evolução, mas ocorrendo de forma controlada e limitada num tubo de ensaio. O procedimento foi basicamente colocar certas moléculas de RNA aleatórias e buscar a escolha das "mais aptas", as que fossem mais capazes de fazer o que os cientistas buscavam.

Uma vez obtida a ribozima procurada, a dupla conseguiu identificar sua estrutura molecular precisa, usando para isso uma técnica conhecida como cristalografia de raios X. Ela basicamente consiste em induzir que a substância se cristalize, para depois usar o padrão de espalhamento de um feixe de raios X para identificar sua forma.

Esse foi o grande feito da dupla, na verdade -- identificar a forma. É graças ao formato que as proteínas conseguem "agir", e com uma enzima de RNA não deveria ser diferente. E o mais surpreendente sobre a forma desse RNA primordial sintetizado é que não há nada de muito surpreendente nele. Ao que parece, a ribozima funciona de forma muito semelhante às proteínas atuais. Afinal de contas, até mesmo na história da evolução da vida, é bom não mexer em time que está ganhando.

Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL11604-5603-6023,00.html

COMENTÁRIOS:

Essa notícia liquida de vez a argumentação antievolucionista "DNA precisa de RNAs e proteínas e proteínas precisam de RNAs e DNA". Se assumirmos que o primeiro replicador foi o RNA, o problema desaparece.Neste caso, nem o requerimento das proteínas para ajudar na replicação de ácidos nucléicos é necessário.Os pesquisadores do "Mundo de RNA" acreditam que os primeiros estágios da evolução da vida todas as enzimas eram RNAs e não proteínas.Já se sabia que a descoberta que o RNA tem propriedades catalíticas (que inclui a atuação na síntese protéica) e pode agir duplamente como enzima e superfície de replicação abria caminho para postular que investigar como enzimas de RNA poderiam fabricar proteínas sem necessidade de proteínas não era mais o problema do ovo e da galinha.Agora que sabemos que o RNA pode agir duplamente e ao mesmo tempo como enzima e superfície de replicação, esse problema está definitivamente solucionado.

Se acontecer o caso de sintetizarmos um sistema com molécula auto-replicante e com capacidade metabólica, teremos o realizado o sonho dos bioquímicos.Isso porque a definição de vida se resume a existência de um sistema coordenado de reações químicas contribuindo para sua manutenção e a replicação hereditária.Neste caso, teríamos criado de forma experimental um modelo simples de origem de vida.Essa notícia mostra que o primeiro passo para a realização dessa tarefa já foi dado.

Friday, March 16, 2007

A evolução das emoções morais

Aqui vai um trecho do livro "Tábula Rasa" de Steven Pinker (Cia das Letras):

[...]
o senso moral é repleto de peculiaridades e propenso a erros sistemáticos- ilusões morais, digamos assim-, exatamente como nossas outras faculdades. Ponderemos sobre a seguinte história:

Citação:
Júlia e Marcos são irmãos. Estão viajando juntos pela França durante as férias de verão da universidade. Certa noite, a sós em uma barraca perto da praia, decidem que seria interessante e divertido se tentassem fazer amor. No mínimo, seria uma nova experiência para cada um deles. Júlia já estava tomando pílula, mas Marcos ainda assim usou camisinha, só para garantir. Os 2 sentem prazer naquele ato, mas decidem não repeti-lo. Mantêm aquela noite como um segredo especial, o que os faz sentir-se ainda mais próximos um do outro.
Qual sua opinião: o que eles fizeram foi errado?

O psicólogo Jonathan e seus colegas apresentaram esssa história a muitas pessoas. a maioria declara prontamente que o que júlia e Marcos fizeram é errado, e depois fica procurando razões para justificar por quê. Mencionam os perigos na endogamia, mas são lembrados que usaram duas formas de contracepção. Aventam que Júlia e Marcos sairiam emocionalmente magoados, mas a história deixa claro que isso não acontece. Arriscam que aquele ato ofenderia a comunidade, mas depois lembram que foi manido em segredo. Argumentam que aquilo poderia interferir em futuros relacionamentos, mas reconhecem que Júlia e Marcos concordam em não repetir o ato. Por fim, muitos dos entrevistados admitem: "Não sei, não consigo explicar, só sei que é errado". Haidt designa esta situação como "perplexidade moral", e a evoca juntamente com outros cenários desagradáveis mas sem vítimas:
[...]


Citação:
O cachorro de uma família é morto por um carro na frente de casa. a família ouviu dizer que carne de cachorro é deliciosa, por isso cortam o corpo do cão em pedaços e o comem cozido no jantar.

Um homem vai ao supermercado uma vez por semana e compra uma galinha morta. Mas, antes de cozinhar a galinha, tem relação sexual com ela. Depois cozinha e come.

Muitos filósofos morais diriam que não há nada errado nesses atos, pois atos privados entre adultos de comum acordo e que não prejudiquem outros seres sensíveis não são imorais. [...]As pessoas tem sentimentos viscerais que que lhes dão convicções morais intensas, e se esforçam para racionalizar estas convicções em vista do fato. Essas convicções podem ter pouca relação com julgamentos morais que o indivíduo poderia justificar para outras pessoas com base em seus efeitos sobre a felicidade ou o sofrimento. Em vez disso, surgem de organização neurobiológica e evolutiva dos órgãos que chamamos de emoções morais. "

COMENTÁRIOS:

Porque as emoções morais evoluíram?A moral se refere a uma ética particular.A ética, por sua vez, está relacionado aos conceitos de praticar o bem e evitar o mal.A ética existe até entre os animais.Muitos animais fazem amizades de modo a facilitar pactos mutuamente benéficos.Também existe entre muitas espécies um acordo implícito entre eles que definem quando e em que circunstâncias as lutas devem ocorrer.Poderíamos nos referi a isso usando o termo "natureza de ringues e luvas".Acho que a teoria evolutiva do jogo poderia explicar isso.

Se o senso moral ocorre em animal, claro que em seres humanos seria inevitável.Porém, a cultura tende a enviezá-las.Alguns seres humanos tendem a desejar universalizar sua Ética.Há um desenvolvimento deste tema em um ensaio livre particular do filósofo Marcus Valério XR (autor do site "Filosofia & Ficção Científica-Free Mind!!!": http://ww.xr.pro.br ) :

http://www.xr.pro.br/Ensaios/Humanismo.html

Monday, March 12, 2007

Psicologia Evolutiva:Ciência ou Pseudociência?

December 3, 2005

Evolutionary Psychology: Science or Pseudoscience?

The field of evolutionary psychology is now decades old and some people believe it's here to stay. We don't think so. In fact, we think the general method constitutes a pseudoscience.

A typical "proof" paradigm in evolutionary psychology might be as follows (constructed by us for this text):

Because hoarding food would have increased chances for survival in lean times, our Pleistocene ancestors should have developed by natural selection an adaptive tendency to hoard food. Since the modern era is too close to the Pleistocene for any substantial biological evolution to have occurred, modern behavior should have strong Pleistocene adaptive components. One assumption is that universality of a behavior constitutes evidence of a biologically evolved adaptation. A current survey of 10,000 households in 50 states shows that on average, when economically possible, people tend to store excess food in quantity in kitchen cupboards. The hypothesis of evolution of this adaptive behavior by natural selection is thus considered to be confirmed.

Problems: Do we know enough about Pleistocene behavior to say that a survey of current behavior confirms anything about any Pleistocene evolutionary scheme? Are the conclusions here already implicit in the premises? Is universality of a behavior pattern evidence of biological evolutionary adaptation? Is this science or rhetoric?

Aside from questions about "confirmation", how is this game played? Apparently, the first thing is to do a small pilot survey of maybe 100 households. If one obtains results that contradict the hypothesis, one either puts the hypothesis in a drawer for "future study" and moves on to another proposed evolved Pleistocene adaptive behavior, or one looks for "faults" in the details of the survey sample or data gathering and repeats the study. The probability is high that eventually some behavioral survey will be made that "confirms" some Pleistocene evolutionary adaptation scheme. A much larger study is then designed and hopefully funded, and the general outcome is that advocates of the theoretical approach of evolutionary psychology will tend to publish research papers supporting their formulated hypotheses, and tend not to publish research papers that contradict biological determinism of particular behavior patterns.

The larger the survey that's published, the more likely, because of time and expense, that it will not be repeated or redesigned by others. Certainly at least not for a few years, often not for a decade or more. Meanwhile, the large study is touted in college courses and in the media as "evidence" for biological determinism of such things as human mating behavior, marriage relations, altruism, parenting, homicidal tendencies, gender-based social inequalities, and so on.

Another approach, even more egregious, is to first do a pilot survey, get a small-sample determination of universality of some current behavior, call it an evolutionary "adaptation", concoct a Pleistocene story that explains why the behavior would evolve by natural selection, then do a larger sample study to "confirm" the evolutionary hypothesis.

As expected, at a number of campuses in the US, platoons of evolutionary psychology doctoral students are busy constructing evolutionary adaptation stories of human behavior as a prelude to designing their pilot thesis surveys. Or maybe in some cases some pilot thesis survey to identify the presence of a universal behavior pattern comes first and the evolutionary adaptation story follows.

A usual commentary is to emphasize the heuristic value of the general scientific approach, i.e., the approach at least produces new research. But is that enough? During the 50-year period 1920-1970, a similar research paradigm produced thousands of studies "derived" from psychoanalytic theory in psychology, the number of such studies dwindling to a trickle only after psychoanalytic theory went out of fashion. Yes, such heuristic approaches do produce new research and keep people busy and on salary. The question is, after the fashion passes and the sand is sifted, are we left with any substantive and enduring new knowledge?

Various proponents of evolutionary psychology talk of hypotheses "derived" from Darwinian theory. But there are really no derivations in any rigorous sense, merely speculations suggested by what are often simplistic Darwinian ideas.

The scientific problem here is that our ability to concoct a speculation about the behavior of Pleistocene humans that can be argued as consistent with biological determinism is not evidence of either Pleistocene behavior or biological determinism, but evidence only of our imaginative abilities to concoct such speculations, and studies of current human behaviors that are supposedly extensions of Pleistocene behavior add no substance to the mix of speculation, since the idea that any current behavior is an extension of Pleistocene behavior is also a speculation. In sum, evolutionary psychology is not even a "soft" science, it's a pseudoscience that endures as a fashion.

The main offering of evolutionary psychology consists merely of arguments that are plausibly consistent with elementary Darwinism coupled with simplistic speculations about Pleistocene adaptations. It's not enough. And the bleat that human behavior is complex provides no remedy for a pseudoscience of human psychology.

The idea that the social sciences can potentially benefit from more attention to human biology is valuable and should definitely be encouraged, especially in the training of social scientists. Whether or not some or all aspects of human behavior are the result of evolution by natural selection (as opposed to cultural consequences or some combination of the two sources of variables) is still an open question not yet handled adequately by any rigorous scientific approach. Certainly, applications of any current "results" of evolutionary psychology to public policy-making are at present not justified and potentially dangerous to society.

In addition to generating technological and public progress, science has always been a source of public confusions. From one academic enclave or another, gas-filled balloons are sent out to be caught by the media, who in turn do a wonderful job of confusing the public. It's unfortunate that currently in the social sciences evolutionary psychology is a prime source of confusions about the links between biological evolution and human behavior.

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Addendum (12.04.05):

Evolutionary psychology has been vigorously criticized by others over the years, and the ideas above are nothing new. What prompted this editorial were some queries from readers concerning the origins of human behavior, and a desire to clarify our views.

Dan Agin. ScienceWeek dpa@scienceweek.com

Fonte: http://scienceweek.com/editorials.htm#051203

COMENTÁRIOS:

Ponho aqui alguns trechos do debate entre Danniel Soares ("tradutor oficial" de textos em inglês para o site Biociência) e Rubens Pazza (geneticista que é um dos fundadores do site Biociência: http://www.biociencia.com ) no fórum Clube Cético.Alguns trechos interessantes do debate.

Danniel Soares (que no fórum Clube Cético usa o nickname de "Buckaroo Banzai") :

"A hereditariedade cultural, pode evoluir de forma bem mais rápida que a genética. E essa cultura também pode ser alvo de seleção natural. Se essas histórias do pleistoceno que se pode inventar então realmente ocorreram, elas não precisaram operar sobre genes, e os genes em si poderiam ser selecionados para coisas que de fato se constata que são determinadas por genes, e que de fato evoluíram ao longo do tempo, como as diferenças de pigmentação, algumas diferenças morfológicas, adaptações à diferentes dietas e etc. Coisas que não poderiam evoluir culturalmente."

Rubens Pazza (que no fórum Clube Cético usa o nickname de "Atheist") respondeu a Danniel:

"Eu acho que o efeito é duplo. Nossa capacidade nos torna aptos a satisfazer vários instintos de maneiras diversas, o que se reflete em diferentes culturas. Ao mesmo tempo, mudanças nas culturas podem atuar como pressões seletivas para certas formas de se resolver problemas. Em muitos casos, as mudanças nas culturas são apenas de modo, ou seja, o objetivo é o mesmo, mas as ferramentas mudaram. Antigamente poder significava conseguir mais alimento, por exemplo. Para isso, hoje, é preciso dinheiro. Logo, ter dinheiro é ter poder. O que muda é o objeto, não o objetivo."

Danniel disse:
"O problema é que se pode inventar outras histórias pleistocênicas para dar conta da seleção de um mesmo comportamento, sem ter como testar qual foi mesmo a real. Meio como interpretações de sonhos das pessoas, apenas com uma aparência um pouco mais pé-no-chão. E tudo isso sem ter que se dar ao trabalho de apontar quais e quais genes determinam o comportamento estudado, como é feito com o estudo do comportamento de insetos e coisas do tipo. "

Rubens Pazza respondeu ao Danniel:

"Como já comentei aqui, se esperássemos para demonstrar que uma característica é genética apenas quando encontrássemos e clonássemos o gene responsável por ela, nem Mendel teria publicado seu artigo. Primeiro precisamos saber o que procurar, decidir quais são os candidatos. Depois vem o trabalho de se isolar cada um deles e aprender sobre seu papel. O problema em se tratar de seres humanos é que não é possível realizar experimentos controlados. Precisamos nos basear em correlações que não indicam necessariamente causa e efeito. É aí que estudos com gêmeos são importantes, a despeito das críticas (embora me pareça haver mais defensores com bons argumentos do que boas críticas, especialmente nos estudos mais atuais sobre gêmeos - o livro "o que nos faz humanos" de Matt Ridley comenta sobre tais estudos e suas críticas)."


Eu também quis participar do debate.Vejam:

O forista Raphael disse:

"Acredito que Stephen Pinker fale mais sobre isso não. Mas, de antemão, não acredito que seja pseuciência a psicologia evolutiva, visto que pode ser também aplicada a todos os seres viventes."

Danniel respondeu a citação acima assim:

"Está confundindo psicologia evolutiva com etologia. Etologia é o estudo do comportamento biológico. Psicologia Evolutiva é exclusivamente humana e parte da premissa que há uma natureza especificamente humana, moldada por seleção natural, especificamente no Pleistoceno."

E eu (forista "Huxley") respondi a citação acima assim:

"Não acho necessária haver uma separação de Etologia e Psicologia Evolutiva.A Psicologia Evolutiva poderia ser incorporada como uma subdivisão da Sociobiologia.O ser humano é um animal e os genes também tem influência em tornar certos comportamentos humanos mais prováveis que outros.Se assim não fosse, a mente de um feto seria a uma tábula rasa a ser preenchida pelos pais e pela sociedade e uma alma material dotada de livre-arbítrio seria a única responsável pelas nossas ações.Ambas as coisas não tem respaldo nas evidências, como argumenta Steven Pinker em "Tábula Rasa" (Cia das Letras).Parte da explicação do comportamento humano é biologia pura.

Ainda que o comportamento humano sofra impacto da evolução cultural, esse aspecto também é uma preocupação da Biologia Evolutiva.John Maynardi Smith e Eros Szathmáry (em "The Major Trasitions in Evolution", Oxford University Press) colocam a origem da linguagem como um dos nove eventos-chaves da evolução, ao lado da origem da multicelularidade e da origem simbiótica dos procariontes a partir dos procariontes.Como tratar da origem da liguagem sem inseri-la num contexto cultural?A verdade é que criamos conceitos e tentamos cortar e esticar a natureza para que a mesmo cabe, ignorando que não cabe.A verdade é que a natureza é muito complexa para ser descrita por um único conceito."

Link: http://clubecetico.org/forum/index.php/topic,10480.0.html





Friday, March 09, 2007

"Neo-ateísmo":uma rápida análise

Gostaria de abordar a repercussão que está existindo na mídia sobre a corrente conhecida vulgarmente como "ateísta-científica" que oferece explicações naturais para o surgimento da fé e questiona o papel das religiões, além de pregar que a Humanidade estaria melhor sem elas. Foram dezenas de livros lançados no ano passado por cientistas influentes.E se destacam entre eles, “The God Delusion” do zoólogo Richard Dawkins, “Christian Nation” do neurocientista americano Sam Harris e “Breaking the Spell” do filósofo americano Daniel Dennett.

Para ter uma visão melhor sobreo assunto, sugiro que todos leiam esta reportagem da Época:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG75728-5990,00.html

Dawkins diz: "Imagine nenhum homem-bomba, nenhum 11 de setembro, nenhuma Cruzada, nenhum conflito na Irlanda do Norte, nenhuma guerra entre Israel e Palestina. Imagine nenhum Taleban para explodir as estátuas gigantes de Buda no Afeganistão".

Segundo os jornalistas da Época na reportagem citada, os religiosos se defendem dizendo que sem a religião também não haveria missionários para tratar de doentes de aids na África, defender lavradores na Amazônia, visitar os presos ou criar algumas das mais belas manifestações artísticas.

Mas Dawkins insiste: "Você realmente imagina que a única razão pela qual as pessoas tentam ser boas é para ganhar a aprovação de Deus?"

Dennett também comenta: "Segundo essa lógica, sem a cenoura e o chicote divinos, as pessoas se entregariam aos desejos mais básicos, quebrariam promessas, trairiam os cônjuges, abandonariam seus deveres".Dennett afirma que não existe evidência para essa asserção.Para confirmar isso, ele mostra uma estatística que entre os 2 milhões de presidiários americanos a proporção de religiosos - inclusive de não-religiosos - é a mesma que entre a população livre.

A minha opinião é que ambos estão certos e enganados.Por exemplo, Dawkins quer apontar a religião como a principal responsável por determinados conflitos e guerras, mas se fosse coerente também perguntaria isso: "Você realmente imagina que a única razão pela qual as pessoas tentam ser más é para ganhar a aprovação de Deus?"

Algumas religiões induzem as pessoas acreditarem que não é preciso os fiéis pensar, porque já existe uma ideologia que pensem por elas.As pessoas podem ser agradecidas a religião e ao seu respectivo Deus, por algum benefício que elas trouxeram em suas vidas e como forma de agradecimento, poderiam aplicar o sistema de regras sem nenhum questionamento, coisa recomendada pela própria religião e que tem sua eficácia aumentada pela ameaça do inferno em caso de desobediência.Assim, se essas religiões possuem mandamentos anti-éticos e belicistas em seus sistema de regras, como poderíamos insentá-las de qualquer culpa em conflitos e guerras?Por outro lado, Dawkins está errado em achar que todas as religiões possuem mandamentos anti-éticos e belicistas em seu sistema de regras.

Claro, não há nada que leve alguém acreditar que os cérebros das pessoas são como depósitos de informações, onde a religião tem de ter a culpa sempre.Neste caso, a ignorância de Dawkins sobre as religiões prejudica sua avaliação das mesmas.

Passemos agora a argumentação de Dennett.A teoria dele é interessante.A religião não pode ser responsável pela inexistência de um caos moral.Mas isso implicaria que a religião não incentiva boas ações?A religião poderia eventualmente usar a ética como um meio de se alcançar os objetivos do sistema de regras.Mas se muitas vezes a ética é alcançada desta forma, qual é o problema?Muitas vezes, as pessoas não se dão conta o quão bom pode ser a prática do altruísmo (estudos científicos mostram que altruísmo pode aumentar o nível de felicidade para a pessoa que o pratica).Se as pessoas descobrem isso, através da “cenoura divina”, qual o problema?A “cenoura divina” pode não explicar a bondade das pessoas, mas pode ser um catalisador para a prática de boas ações.

A “ciência da felicidade” mostra que a religião aumenta o nível de felicidade das pessoas.Pesquisas mostram que pessoas religiosas têm menos depressão, menos ansiedade e suicidam menos que as não-religiosas (Bárbara Axt,2006.A Busca da Felicidade.Superinteressante,edição 212,Abril de 2006).A religião dá significado a vida das pessoas, que é um dos três componentes da felicidade (as outras são:prazer e engajamento).É a sensação “no final, nossas injustiças serão corrigidas e nossos esforços serão reconhecidos”.Claro que o significado de vida pode ser conquistado de outras formas (como acreditar que sua vida é importante para a justiça social, a ciência ou o progresso), mas em geral as pessoas tem dificuldades em consegui-la em outro caminho que não a religião.Esse é um dos benefícios da religião que os neo-ateus não reconhecem e ignoram na hora de avaliar que “o mundo estaria melhor sem as religiões”.

Pessoalmente, acho que é difícil saber se medindo vantagens e desvantagens, a crença religiosa tenha sido uma força a favor do bem ou do mal. No meu caso, a única certeza que tenho é que, ou se admite que a religião influi tanto positivamente e negativamente no comportamento das pessoas, ou simplesmente se admite que o efeito das religiões sobre a bondade e a maldade é insignificante para ambos.O problema que vejo é pseudo-céticos utilizando o argumento da “insignificância da influência” para minimizar os efeitos positivos da religião e utilizando o contra-argumento para defender a tese da nocividade das religiões.

Dawkins tem uma empolgação exagerada em usar o darwinismo como forma de justificar seu ateísmo.Vejam:

"Por definição, explicações fundamentadas em premissas simples são mais plausíveis e satisfatórias que teorias segundo as quais é necessário postular eventos complexos e estatisticamente improváveis, e certamente não se pode pensar em nada muito mais complexo e improvável que um Deus todo-poderoso."

http://www.secularhumanism.org/library/fi/dawkins_18_3.html

Tradução:André Díspore Cancian
(http://www.ateus.net/artigos/critica/a_improbabilidade_de_deus.php)

Um trecho do artigo de Manuel Soares no Observatório da Imprensa esclarece outra citação de Dawkins que segue essa mesma tendência:

"Marcelo Cavallari, por sua vez, em seu brilhante artigo "O provicianismo neo-ateu" (Época, nº 443, 13 de novembro de 2006, p. 97), desqualificando-o ainda mais como filósofo, lembra que ele cita uma "piada" de Bertrand Russell – como se fosse um argumento sério – segundo a qual a existência de Deus é tão impossível de provar pela ciência quanto a hipótese de que há uma xícara em órbita do Sol, entre a Terra e Marte. Segundo M. Cavallari, o que Dawkins não percebe – e o que faz da asserção de B. Russell uma anedota – é que a questão da existência de Deus – isto é, de uma Causa Final, de uma razão-de-ser do Universo e de um propósito ético movendo o mundo –, algo que o método científico-experimental realmente não pode corroborar nem refutar jamais, é uma questão importante, atormentadora, que preocupa todos os homens, alguns mais que outros, ao passo que a possibilidade de que exista uma xícara em órbita no Sistema Solar não passa de uma curiosidade, um assunto para diletantes numa mesa de bar depois da quinta dose de uísque."

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=410OFC001

As pessoas não percebem que afirmar "Deus não existe" sem ter algum tipo de evidência para confirmar isso é uma asserção com status igual a de uma argumentação de um crente.

Geralmente, nega-se isso dizendo: "oh, você está revertendo o ônus da prova, quem deve provar que Deus existe são os teístas."Errado, quem afirma a inexistência de Deus é quem está com o ônus da prova, não importa se a questão foi inicialmente levantada por teístas.Isso só não seria válido se a pessoa apenas afirmasse "Não creio que a proposição 'Deus não existe' seja verdadeira", o que levaria ao ateísmo agnóstico.Presumir que a falta de provas da existência de Deus equivale a uma prova contra sua existência é uma falácia de apelo a ignorância igual a dizer que atualmente não existe coelho verde no mundo apenas porque recentemente ainda não foi encontrado um.

Se apelo a ignorância é válido, então pode-se argumentar assim:"Os ateístas não podem fornecer evidências convicentes da não-existência de Deus. Portanto, Deus realmente existe/os ateístas estão errados ao não acreditarem nele".

Monday, March 05, 2007

A evolução dos cromossomos sexuais

Physics News Update nº 813


O Boletim de Notícias da Física do Instituto Americano de Física, número 813, de 27 de fevereiro de 2007 por Phillip F. Schewe, Ben Stein e Davide Castelvecchi. PHYSICS NEWS UPDATE

QUEBRA ESPONTÂNEA DE SIMETRIA NOS GENES FEMININOS. Uma agregação espontânea de proteínas determina, aleatoriamente, qual dos dois cromossomos X em uma célula feminina permanecerá ativo e qual ficará desabilitado - é o que diz um novo modelo físico. Em todos os mamíferos placentários, as fêmeas das espécies têm duas versões de cromossomo X, enquanto os machos têm apenas um X, mais um cromossomo Y. Para evitar uma super-expressão dos genes dos cromossomos X, as células femininas têm que, virtualmente, "trancafiar" um de seus X. Os cromossomos X são capazes de se encapsular em uma pasta de RNA — produzida por um de seus genes, chamado XIST — que inibe a expressão de todos os seus genes. Porém, até recentemente, não se sabia como as células de uma fêmea sabiam que tinham dois X, como elas escolhiam qual delas trancafiar, ou como mantinham exatamente uma ativa. Experiênicas com ratos — cujo resultado, presumivelmente, se aplica a outros mamíferos — mostraram que, durante as fases iniciais do desnvolvimento, cada célula embrionária tem uma chance de 50-50 de trancafiar um X ou outro. Foi proposto recentemente que um X permanece ativo quando certas proteínas se agregam em um trecho específico do cromossomo, trancafiando seu "gene suicida" XIST. Mas permanecia não esclarecido por que proteínas que flutuam no núcleo, se agragariam em torno de um dos cromossomos, mas não do outro — um exemplo do que os físicos chamam de "quebra espontânea de simetria".

Agora, um artigo a ser publicado na Physical Review Letters descreve um modelo de mecânica-estatística para a agregação das proteínas que explicaria este fenômeno. O modelo se baseia em uma descoberta chave, publicada no ano passado, especificamente que os dois cromossomos X das fêmeas se alinham lado a lado, bem na hora em que um deles deve ser silenciado. Para um valor crítico das energias de ligação da proteína, mostram os autores, existe uma alta probabilidade de que um exato agregado se forme nas proximidades dos dois cromossomos. O agregado vai, rapidamente, se ligar a um dos X, trancafiando seu gene XIST e impedindo, assim, que o cromossomo se "suicide". O modelo explica, também, como as células podem "contar" seus X. Nos machos, o complexo de proteínas só tem um cromossomo para se ligar, de forma que isso salvará do único X de se suicidar. Em cromossomos não associados ao sexo, um mecanismo similar também pode determinar quais das duas versões de certos genes será expressada e qual será silenciada.

(Nicodemi e Prisco, artigo a ser publicado na Physical Review Letters; Mario Nicodemi da Universidade "Frederico II" em Nápoles, Itália. Ver também: Na Xu et al., Science, 24 de fevereiro de 2006; Bacher et al., Nature Cell Biology, março de 2006; e Donohoe et al., Molecular Cell, 12 de janeiro de 2007.)

Fonte:http://chivononpo.blogspot.com/ (01 Março 2007)



COMENTÁRIOS:

Agora que temos o mecanismo da expressão gênica dos cromossomos sexuais, então agora temos a peça que faltava para montar o quebra-cabeça.

Porque esse mecanismo evoluiu e porque ele se mantém?A teoria da taxa sexual estável de R.A. Fisher explica muito bem isso.Suponha uma população grande com dois sexos.Imagine agora que haja um excesso de fêmeas na população.Então, um mutante que produza mais machos será favorecido pela seleção natural, porque seus descendentes enfrentararam menos concorrência na atração de parceiras do que as fêmeas terão na atração por machos.O mesmo raciocínio ocorre no caso de haver um excesso de machos.Essa teoria explica porque as pressões seletivas levam a uma taxa de 50:50 na distribuição dos sexos.

Friday, March 02, 2007

Robert Shapiro e a origem da vida

A Simpler Origin for Life

The sudden appearance of a large self-copying molecule such as RNA was exceedingly improbable. Energy-driven networks of small molecules afford better odds as the initiators of life. By Robert Shapiro

http://sciam.com/article.cfm?chanID=sa004&articleID=B7AABF35-E7F2-99DF-309B8CEF02B5C4D7


COMENTÁRIOS:

Recomendo tal leitura.Extenso, aproveitem para ler enquanto está disponível.

Toda vez que vejo uma discussão sobre a abiogênese, eu só lembro do argumento criacionista de que "Pasteur refutou a geração espontânea da vida".A melhor resposta para isso foi dada por Mark Isaac do site Talk Origins Archive:

"A geração espontânea que Pasteur e outros refutaram era a idéia que tipos de vida tais como os ratos, as larvas, e as bactérias podem rapidamente aparecer inteiramente formados. Refutou uma forma de criacionismo.Não há nenhuma lei da biogênese que vida muito primitiva não pode se dá através de tipos de moléculas cada vez mais complexas."

http://www.talkorigins.org/indexcc/CB/CB000.html

Se a lei da biogênese dissesse que a vida só pudesse vir de vida, teríamos uma regressão infinita de criações desde o infinito passado para fugir de um paradoxo terrível.O raciocínio que critico é tão mal-feito, que eu conheço um criacionista que abandonou essa argumentação faz algum tempo.